Por Barani Krishnan
Investing.com - O ouro voltou a ficar acima de US$ 1.800 a onça na sexta-feira (5) depois de cair abaixo do nível chave de suporte um dia atrás, mas o metal amarelo ainda terminou a semana com queda de 2% devido aos aumentos do dólar e dos rendimentos dos títulos dos EUA.
“O ouro está tentando manter a linha de US$ 1.800, e esse pode ser o caso se a recuperação do dólar acabar”, disse Ed Moya, estrategista sênior de mercado da corretora online OANDA. Mas ele também avisa que a "venda técnica que está crescendo para o ouro é significativa e pode provocar uma queda para o nível de US$ 1.750".
Os futuros de ouro para entrega em abril na Comex de Nova York fecharam em alta de US$ 21,80, ou 1,2%, a US$ 1.813,05. O metal caiu para US$ 1.784,60 na quinta-feira, depois que uma terceira queda semanal consecutiva nos pedidos de seguro-desemprego nos EUA criou a impressão de que o mercado de trabalho na maior economia do mundo pode estar apresentando uma recuperação modesta. Essa teoria provocou uma alta no dólar e na Nota do Tesouro dos EUA a 10 anos.
A recuperação de sexta-feira no metal amarelo também foi apoiada por dados de emprego dos EUA, desta vez para todo o mês passado. Apesar da alta, o ouro de abril ainda encerrou a semana cerca de US$ 37, ou 2%, mais baixo.
Em janeiro, os Estados Unidos criaram 49.000 empregos - apenas 1.000 a menos do que o previsto pelos economistas. Mas o desemprego permaneceu em preocupantes 6,3%, apesar de uma queda de 0,4 ponto percentual. Isso reverteu parte da alta do dólar de quinta-feira, trazendo alguns compradores de volta ao ouro.
“O par XAU/USD parece vulnerável apesar de recuperar US$ 1.800 na sexta-feira”, disse Eren Sengezer, usando o símbolo de ouro à vista, em uma postagem no FXStreet.
Os preços do ouro despencaram desde que atingiram altas recordes de quase US$ 2.090 a onça no início de agosto e sofreram um revés maior a partir de novembro, já que as descobertas da vacina para a Covid-19 sugeriram uma rápida recuperação econômica depois dos bloqueios.
Essa recuperação econômica mal se materializou devido a um novo pico nas infecções e mortes pelo vírus e lançamentos de vacinas mais lentos do que o previsto. Mas isso não impediu que os investidores de moeda e dívida continuassem a antecipar o crescimento do PIB mais rápido do que o previsto e a redução do estímulo, apesar do Federal Reserve repetidamente dizer que nenhum dos dois provavelmente será tão rápido quanto se pensava.
O ouro também foi suprimido por sinais de que o presidente Joe Biden e os democratas que o apoiam podem ter problemas para aprovar um estímulo de US$ 1,9 trilhão no Congresso contra as objeções dos rivais republicanos.