Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo recuavam nesta sexta-feira, após a China impor novos bloqueios sanitários contra a Covid; ainda assim, os contratos futuros referenciais do mercado devem encerrar a semana no positivo, diante de sinais de demanda subjacente com as fortes exportações petrolíferas dos EUA.
Às 11h28 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano cedia 1%, a US$ 88,19 por barril, enquanto o petróleo Brent se desvalorizava 1,02%, a US$ 94,07 por barril, no mercado futuro.
A China registrou 1.506 novas infecções por Covid-19 em 27 de outubro, de acordo com um comunicado da Comissão Nacional de Saúde nesta sexta-feira, uma alta em relação aos 1.264 novos casos do dia anterior.
Isso fez com que as autoridades locais impusessem novos lockdowns em diversas cidades, em consonância com a política de Covid zero levada a cabo pelo governo, que tem contribuído para a queda da atividade econômica do maior país importador de petróleo do mundo.
No entanto, ambas as referências do petróleo estavam rumo a encerrar a semana com uma alta de mais de 3% e o mês de outubro no positivo, após uma sequência de quatro quedas mensais.
O que ajudou a animar o mercado foram dados oficiais das exportações petrolíferas dos EUA, que dispararam até a máxima recorde de 5,1 milhões de barris por dia na semana passada, ressaltando a resiliência da demanda global, apesar da alta da inflação e dos juros.
Além disso, o Produto Interno Bruto da Alemanha, maior economia da zona do euro, registrou um crescimento de 0,3% em relação ao trimestre anterior, superando as expectativas.
A notícia saiu após a economia dos EUA, a maior do mundo, se recuperar no terceiro trimestre após seis meses de contração, com seu Produto Interno Bruto crescendo 2,6% em bases anuais.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo irá atualizar suas previsões de demanda petrolífera para o longo prazo em seu Panorama Mundial de Petróleo de 2022, a ser divulgado na segunda-feira.
O grupo deve manter sua visão de que a demanda mundial de petróleo subirá por mais uma década, apesar da maior importância de renováveis e carros elétricos, informou a Reuters, citando fontes do cartel.
Pelo lado da oferta, a possível proibição de importação do petróleo da Rússia por países europeus fornecia suporte aos preços, ao mesmo tempo em que surgem dúvidas quanto à efetividade dos planos do Ocidente de impor um teto aos preços do óleo russo.
“Será difícil fazer com que grandes compradores, como China e Índia, respeitem esse teto”, disseram analistas do ING em nota. “E sempre há o risco de que a Rússia venha a reduzir sua oferta por conta disso. Obviamente, isso pode ter o efeito oposto ao que os EUA estão tentando alcançar".
No noticiário corporativo, a Exxon Mobil (NYSE:XOM) (BVMF:EXXO34)reportou lucros que ficaram 15% acima das previsões consensuais, enquanto o lucro da Chevron (NYSE:CVX) (BVMF:CHVX34) foi de US$ 11,2 bilhões, o segundo maior da sua história, também acima das expectativas.