Por Peter Nurse
Investing.com - Os preços do petróleo caem nesta terça-feira, abandonando máximas de sete anos, depois da Rússia anunciar o retorno de parte de suas tropas aos quartéis após exercícios na fronteira ucraniana, resultando no recuo de parte do prêmio de risco associado ao mercado.
Às 15h28 (horário de Brasília), os contratos futuros do WTI dos EUA eram negociados com perda de 4,12%, a US$ 91,52 por barril, enquanto os contratos do Brent caíram 3,76%, para US$ 92,86.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou durante o dia que parte dos mais de 100.000 soldados envolvidos em exercícios na fronteira com a Ucrânia retornariam às suas bases.
Os comentários foram seguidos por um vídeo supostamente mostrando tanques e artilharias pesadas deixando suas posições na fronteira ucraniana.
Os temores de que a Rússia, um dos maiores produtores de petróleo e gás do mundo, poderia invadir a Ucrânia estão por trás da alta do petróleo para US$ 100 por barril, níveis não vistos desde 2014.
Sendo assim, mesmo com a liquidação de hoje, os déficits na produção dos principais produtores e as preocupações com a capacidade ociosa também devem manter o mercado de petróleo sob pressão e os preços poderiam chegar a US$ 125 o barril já no segundo trimestre deste ano, de acordo com o JPMorgan (NYSE : NYSE:JPM) (SA:JPMC34).
Embora a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, ou Opep+, tenha se comprometido com o aumento do fornecimento mensal ao mercado em geral desde agosto, muitos dos países em questão têm relutado no aumento de suas produções.
Outra fonte potencial de oferta pode vir do Irã, depois que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou na segunda-feira um "avanço substancial" nas negociações para reativar o acordo nuclear de 2015.
O acordo poderia suspender as sanções dos EUA ao petróleo iraniano, levando ao retorno potencial de mais de um milhão de barris por dia, cerca de 1% da oferta mundial, ao mercado global.
Além disso, os dados de estoque dos EUA estarão disponíveis às 17h30 (horário de Brasília), assim que o American Petroleum Institute divulgar seu relatório semanal de inventário. Analistas esperam uma queda de cerca de 1,8 milhão de barris em relação à semana passada.
“A EIA divulgou o último relatório de produtividade das plataformas ontem, a qual mostrou que a produção de xisto dos EUA deve aumentar para 9,71 milhões de barris/dia em março, acima dos estimados 8,6 milhões de barris/dia em fevereiro”, afirmaram analistas do ING, em nota.