Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo se enfraqueceram na segunda-feira à medida que os problemas de fornecimento se dissipavam, enquanto as preocupações com o rápido aumento de casos da ômicron na China, segunda maior economia do mundo, passaram para o primeiro plano.
Às 13h29, os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com baixa de 0,35% a US$ 78,63 por barril, enquanto os contratos do Brent, negociado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam queda de 0,56% a US$ 81,29.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam recuo de 0,1%, a US$ 2,2980 por galão.
A cidade portuária chinesa de Tianjin anunciou planos na segunda-feira para testar seus 14 milhões de moradores nas próximas 48 horas, após a descoberta de um grupo de casos de Covid, incluindo dois da variante ômicron, altamente transmissível.
"Apesar de vermos outros países se adaptarem à vida com a Covid, a China continua prosseguindo claramente em sua política de Covid zero", afirmaram os analistas do ING em relatório. "Trata-se de um risco para a demanda por petróleo, já que a China é o maior importador de petróleo bruto do mundo. Estamos também nos aproximando do Ano Novo chinês, uma época em que normalmente há muitas viagens domésticas, e, por isso, quaisquer restrições internas terão impacto sobre o consumo de petróleo".
Ainda assim, embora este possível impacto sobre a demanda seja importante, o mercado continua a se concentrar principalmente na dinâmica da oferta.
A maior empresa petrolífera do Cazaquistão, a Tengizchevroil, está aumentando gradualmente a produção no seu importante campo de Tengiz, afirmou a Chevron (NYSE:CVX) (SA:CHVX34), operadora do campo, no domingo, após protestos violentos nos últimos dias em função dos elevados preços do combustíveis, que resultaram em interrupções nos níveis de produção.
Da mesma forma, a produção petrolífera da Líbia recebeu um forte impulso com a conclusão dos trabalhos de manutenção num importante oleoduto no fim de semana, embora paradas em outros ativos ainda limitem a produção.
A questão principal, no entanto, é a aparente incapacidade da OPEP e dos seus aliados de aumentar a produção, como prometido ao largo das próximas semanas. Os estoques globais ainda estão abaixo das médias históricas, apesar do crescimento no número de casos de ômicron vir causando o cancelamento de milhares de voos.
"Há apenas uns poucos membros com capacidade para aumentar a produção, enquanto outros não conseguem cumprir os seus níveis de produção acordados devido a interrupções e falta de investimento", acrescentou o ING.