Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo caíam quinta-feira, sob o peso da combinação de um aumento surpresa nos estoques de gasolina dos EUA e rumores que a Opep+ está se aproximando de um acordo para aumentar a oferta no mercado global.
Por volta das 14h, os contratos futuros do petróleo WTI, cotados em Nova York, eram negociados com baixa de 0,9% a US$ 72,46 por barril, rumo à sua pior semana em quatro meses, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam queda de 0,8% a US$ 74,19.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam recuo de 1%, a US$ 2,2700 por galão.
A Energy Information Administration relatou no final da quarta-feira uma sétima queda semanal consecutiva nos estoques de petróleo bruto dos EUA. No entanto, os estoques de derivados viram acúmulos, com aumento nos estoques de gasolina e de destilados, uma surpresa durante a temporada de pico de viagens rodoviárias.
"Se olharmos para o total de estoques (petróleo e derivados), os estoques na verdade aumentaram 2,49 milhões de barris", disseram analistas do ING em um relatório. "Os dados também mostraram uma grande redução na demanda implícita ao longo da semana".
Somam-se ao desconforto do mercado os rumores de que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos estavam próximos de resolver o impasse que impediu o grupo de maiores produtores do mundo, conhecido como Opep+, de acrescentar uma produção complementar ao mercado mundial, necessária para equilibrar um mercado mais restrito.
"Quando as negociações iniciais foram interrompidas, foi porque os EAU queriam aumentar a sua linha de base, utilizada para cortes na produção. Os rumores sugerem que eles conseguiram o que queriam, com um aumento na sua linha de base de cerca de 3,2 milhões de barris/dia para 3,65 milhões de barris/dia", acrescentou o ING.
A Agência Internacional de Energia alertou na terça-feira que o mercado iria se contrair significativamente se a aliança não adicionasse mais barris.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo divulgou seu último relatório mensal no início da quinta-feira, e espera que a demanda global de petróleo alcance os níveis pré-pandemia em 2022.
O grupo prevê que a demanda mundial por petróleo irá atingir 99,86 milhões de barris por dia no ano que vem, um aumento de 3,28 milhões de barris/dia em relação a esse ano, e um pouco menor que o nível de 99,97 milhões de barris/dia em 2019. Com isso dito, o relatório também projeta que a demanda mundial por petróleo ultrapasse a marca de 100 milhões de barris/dia no segundo semestre do ano que vem.