Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo recuaram na sexta-feira, rumo a uma semana negativa na qual os investidores realizaram os recentes lucros em vista dos aumentos de estoques dos EUA e da perspectiva de maiores exportações do Irã, às vésperas da reunião da Opep+ da semana que vem.
Às 12h55 (horário de Brasília), os futuros do petróleo WTI, negociados em Nova York, tinham leve baixa de 0,1% para US$ 82,86 por barril, depois de passarem a manhã em baixa, enquanto os futuros do Brent apresentavam baixa de 0,1% para US$ 83,58 por barril. Ambos os contratos alcançaram as máximas em vários anos na segunda-feira, mas devem terminar a semana com queda de 1,7% e 2,5%, respectivamente.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam avanço de 0,4%, a US$ 2,3685 por galão.
Os preços do petróleo subiram este ano com a recuperação da pandemia das economias de todo o mundo, em especial a dos EUA, maior consumidor mundial. Dito isto, os preços caíram esta semana, especialmente após os dados de estoque de quarta-feira mostrarem que os estoques de petróleo dos EUA aumentaram em 4,3 bilhões de barris, acima do esperado.
Soma-se às preocupações desta semana a declaração do Irã de que as conversas sobre a retomada do seu acordo nuclear serão iniciadas até ao final de novembro. Um acordo sobre as ambições nucleares do país do Golfo Pérsico traria a remoção das sanções dos EUA mais próxima à realidade, possivelmente permitindo que o país, detentor de algumas das maiores reservas petrolíferas do mundo, exportasse petróleo para o mercado global novamente.
Ainda assim, mesmo que as duas partes sejam capazes de se reunir, levará tempo até um acordo ser alcançado, enquanto a situação da oferta global segue restrita.
Enquanto isso, depois de reduzir os preços durante dois meses consecutivos, a Saudi Aramco (SE:2222), gigante estatal do petróleo, pode aumentar o preço de venda oficial para seu principal produto, o petróleo Arab Light (SA:LIGT3), de US$ 0,30 a US$ 0,90 em dezembro, de acordo com uma pesquisa da Reuters publicada na sexta-feira.
Na próxima semana, o foco será a reunião de novembro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, incluindo a Rússia, grupo conhecido como Opep+.
Espera-se que este grupo dos principais produtores se mantenha fiel ao seu plano de adicionar 400 mil barris por dia em fornecimento todo mês até abril de 2022, com a Argélia unindo-se na quinta-feira ao coro recente de que o grupo deve continuar cauteloso ao incrementar a oferta do mercado global, enquanto desfaz gradualmente os cortes de produção recordes do ano passado.
Isto sugere que a oferta continuará arás da demanda no curtíssimo prazo.