Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo registravam volatilidade nesta terça-feira, com os operadores digerindo os cortes de produção da Opep+ e preocupações com uma destruição de demanda provocada pela desaceleração do crescimento mundial.
Às 11h30 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano subia 0,13%, a US$ 87,00 por barril, enquanto o Brent se desvalorizava 2,54%, a US$ 93,32 por barril, no mercado futuro.
Ambos os contratos dispararam cerca de 3% na segunda-feira, mas os volumes de negociação foram reduzidos na segunda-feira, devido ao feriado do Dia do Trabalho nos EUA.
Os preços do petróleo caíram nos últimos três meses, diante de preocupações com a alta de juros e os bloqueios sanitários contra a Covid-19 em partes da China, maior importadora de petróleo do mundo, o que poderia desacelerar o crescimento econômico mundial e arrefecer a demanda petrolífera.
Os principais distritos de Shenzhen, importante centro de tecnologia na China, interromperam o transporte público na sexta-feira, ampliando as restrições impostas na quinta-feira aos 21 milhões habitantes da cidade de Chengdu, na região sudoeste do país, na tentativa de conter surtos de Covid-19, o que estavam prejudicando a perspectiva de recuperação econômica na segunda maior economia do mundo.
O que também estava pensando sobre o sentimento era a possibilidade de o Banco Central Europeu elevar os juros novamente na quinta-feira, a fim de combater a inflação em níveis históricos, o que pode impactar o crescimento na região, que registra uma intensa alta nos preços de energia.
Os ministros de energia da União Europeia devem se reunir nesta semana para discutir medidas extraordinárias para conter os fortes aumentos na conta de luz, inclusive um limite de preços para o gás natural da Rússia.
No entanto, uma redução em grande escala da demanda seria a única solução factível para a crise energética da Europa, caso a Rússia decida cortar o abastecimento de gás, de acordo com um alto executivo da gigante norueguesa de energia Equinor.
Essas preocupações estavam ofuscando a valorização registrada na segunda-feira, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, decidir reverter o aumento de 100.000 barris por dia previsto em seus planos de produção acordados no mês anterior.
Como a produção real do grupo está cerca de 2,9 milhões de barris abaixo da meta, não está claro qual será o efeito prático do corte nas cotas.
“A maioria dos produtores não está conseguindo atingir suas metas, com uma oferta bem abaixo de onde deveria estar", declararam analistas do ING, em nota. “Apenas Arábia Saudita, Emirados Árabes e Kuwait estão produzindo de acordo com seus níveis previstos de oferta”.
“Do ponto de vista dos fundamentos, isso pouco muda o cenário de oferta e demanda, por isso manteremos inalteradas nossas previsões de preços para o petróleo para o resto do ano e 2023”.