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Petróleo WTI sobe quase 7% enquanto OPEP+ ignora a crise da oferta

Publicado 02.03.2022, 16:10
Atualizado 02.03.2022, 17:46
© Reuters.
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Por Barani Krishnan

Investing.com -- Os preços do petróleo WTI atingiram o maior nível em uma década, enquanto o Brent, referência global de preço, avançou para os picos de meados de 2014, depois que a OPEP+ pouco fez na quarta-feira para equilibrar a crise de fornecimento de energia intensificada pelas sanções ocidentais à Rússia, grande produtora de petróleo, em função da guerra na Ucrânia.

O petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, fechou o dia em alta 6,95% a US$ 110,60 por barril no contrato de 30 dias. Mais cedo no pregão, o WTI bateu a marca dos US$ 112,47, seu valor mais alto desde maio de 2011.

Enquanto isso, o contrato mais negociado para o Brent, referência global de preço do petróleo, aumentou 7,58%, para US$ 112,93 por barril. Seu pico intradia, de US$ 113,93, foi seu valor mais alto desde junho de 2014.

"E num momento em que o mercado já está extremamente apertado... A OPEP+ ainda parece não estar disposta a reconhecer” esse fato, disse Craig Erlam, analista na plataforma de negociação online OANDA. 

A OPEP+, presidida pela Arábia Saudita com a ajuda da Rússia, autorizou que os 23 países produtores de petróleo da aliança incrementassem sua produção num total de 400,000 barris por dia em abril. 

Este é um número no qual o grupo estacionou nos últimos nove meses. Mas também é uma aspiração que ele mal conseguiu cumprir, seja devido a limitações de produção em poços de petróleo com poucos investimentos, seja em função de um descumprimento deliberado da meta - especialmente por parte dos sauditas - a fim de garantir que o rali do petróleo não entre em curto-circuito de jeito algum. Somente este ano, o WTI subiu 45%, enquanto o Brent avançou 43%.

"Os sauditas certamente têm o poder de extinguir parte deste rali que estamos assistindo", disse John Kilduff, sócio do hedge de energia Again Capital, com sede em Nova York, em comentários transmitidos pela CNBC. "Eles poderiam facilmente colocar mais 1 a 2 milhões de barris por dia de petróleo no mercado, quase que com um simples toque num interruptor".

O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, que participou da reunião virtual da OPEP+ na quarta-feira, chamou o mercado de petróleo de "equilibrado" e esperava que a "volatilidade do mercado petrolífero se reduzisse” daqui para a frente. Equilibrado, no jargão da OPEP+, normalmente significa um mercado com fornecimento insuficiente. Quando a aliança expressa esperança de que a volatilidade do mercado se reduza, isso basicamente quer dizer que ela quer que os preços sigam em uma única direção - para cima.

Somando-se ao fervor dos mercados na quarta-feira, os dados da Energy Information Administration dos EUA mostraram uma queda generalizada nos estoques de petróleo e combustíveis.

Os inventários de petróleo bruto recuaram 2,6 milhões de barris durante a semana finda em 25 de fevereiro, após um acúmulo de 4,5 milhões de barris na semana anterior. 

Particularmente preocupantes foram os níveis de inventário em Cushing, o ponto de entrega do WTI em Oklahoma, que apresentaram um saldo criticamente baixo de 22,8 milhões de barris em comparação com o nível da semana anterior, de 23,8 milhões.

Os estoques brutos dos EUA têm se movimentado entre recuos e acúmulos ao longo do mês passado, respondendo às tendências econômicas, pressionadas por mudanças na pandemia do coronavírus e pelo maior ritmo de crescimento da inflação em 40 anos.

(Os estoques de gasolina despencaram 468.000 barris na semana passada, incrementando o recuo anterior de 582.000 barris. A gasolina utilizada como combustível de automóveis é o derivado do petróleo mais consumido nos EUA. Antes das últimas quatro semanas, a gasolina havia registrado acúmulos de cerca de 37.000 barris nas oito semanas anteriores, indicando demanda mais fraca.

Os inventários de destilados recuaram 574.000 barris, além da queda de 1,6 milhão de barris na semana anterior. Os destilados, que são refinados em diesel para caminhões, ônibus , trens e navios, bem como combustível para jatos, têm sido o componente de crescimento mais forte do complexo petrolífero dos EUA há meses, visto que o inventário não pára de diminuir desde meados de janeiro.

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