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Investing.com – Os preços do petróleo registraram forte valorização nesta sexta-feira, após uma ofensiva militar israelense contra alvos estratégicos no Irã, agravando as preocupações com uma possível escalada no Oriente Médio e potenciais transtornos na oferta global da commodity.
Às 11h30 de Brasília, os contratos futuros do Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), avançavam 7,08%, negociados a US$ 74,31 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), referência nos EUA, operava com ganho de 7,33%, a US$ 72,99 o barril.
Ambos os benchmarks haviam registrado anteriormente os maiores movimentos intradiários desde 2022, ano da invasão russa à Ucrânia, alcançando os níveis mais elevados desde o fim de janeiro.
Conflito entre Israel e Irã reacende temor de choque de oferta
Israel realizou um ataque aéreo em larga escala contra o Irã nas primeiras horas da sexta-feira, atingindo instalações nucleares, centros de produção de mísseis balísticos e figuras-chave do alto escalão militar. A ação marca o início de uma operação que, segundo Tel Aviv, será contínua, com o objetivo de impedir o desenvolvimento de armas nucleares por parte do regime iraniano.
Em resposta, Teerã prometeu uma retaliação "severa" contra Israel e os Estados Unidos. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que a ação foi conduzida unilateralmente por Israel, com base no princípio da autodefesa.
O governo norte-americano já havia sinalizado que consideraria medidas militares diante do fracasso das negociações nucleares, cujo prazo final se esgotou na quinta-feira.
Analistas do ING destacaram que o fator distintivo deste episódio em relação a confrontos anteriores entre Israel e Irã é o ataque direto a instalações nucleares. Embora a produção de petróleo iraniano permaneça operacional até o momento, os mercados passaram a incorporar um prêmio de risco mais elevado, dada a importância do país na matriz global de fornecimento.
Segundo o ING, o risco mais iminente seria um eventual impacto sobre o Estreito de Ormuz, ponto nevrálgico do escoamento de petróleo da região do Golfo Pérsico, área que concentra a maior parte da capacidade ociosa da Opep.
Para analistas, prêmio de risco do petróleo aumentou
Analistas da Texas Capital Securities afirmaram que o prêmio de risco geopolítico associado ao petróleo subiu, após os bombardeios realizados por Israel contra alvos iranianos na madrugada desta sexta-feira.
Em nota enviada a clientes, a equipe liderada por Derrick Whitfield destacou que a possibilidade de interrupções nos fluxos da commodity eleva a expectativa de preços no curto prazo, dada a crescente tensão em torno das principais rotas de exportação da região.
Os estrategistas ponderaram, contudo, que esse prêmio adicional, que representa a compensação extra exigida por investidores em momentos de instabilidade política, tende a se dissipar caso não se confirmem impactos duradouros na oferta global ou na logística do setor.
Atualmente, o Irã exporta cerca de 1,65 milhão de barris de petróleo bruto por dia, além de aproximadamente 400 mil barris diários de produtos refinados, conforme dados citados pelos analistas.
Como resposta aos ataques, o Irã lançou cerca de 100 drones em direção a Israel, de acordo com comunicado das Forças de Defesa israelenses. Sirenes foram ativadas e o país entrou em estado de emergência diante da ameaça iminente de mísseis e veículos aéreos não tripulados oriundos de Teerã.
Segundo a mídia estatal iraniana, os ataques resultaram na morte do comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, além de seis cientistas ligados ao programa nuclear do país.
Estreito de Ormuz volta ao radar
Em análise separada, especialistas da RBC Capital Markets destacaram que a trajetória futura dos preços dependerá da reação iraniana, especialmente se Teerã decidir retaliar atingindo navios petroleiros, oleodutos ou instalações críticas de energia no Oriente Médio. A segurança no Estreito de Ormuz, corredor por onde transita uma parcela substancial do petróleo global, deve se tornar uma fonte renovada de preocupação.