Por Marta Nogueira e Peter Frontini
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A produção de petróleo da Petrobras (BVMF:PETR4) no Brasil recuou 0,6% entre abril e junho ante o mesmo período do ano passado, com desinvestimentos, manutenções e declínio natural de campos antigos, informou a companhia em seu relatório de produção e vendas nesta quarta-feira.
A companhia produziu média de 2,1 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no país no segundo trimestre, versus 2,11 milhões de bpd um ano antes.
Na comparação com o primeiro trimestre deste ano houve um recuo ainda maior, de 1,8%, acrescentou a companhia.
Considerando a produção total, de óleo e gás, no Brasil e no exterior, a Petrobras produziu uma média diária de 2,64 milhões de barris de óleo equivalente (boed) entre abril e junho, também 0,6% abaixo do segundo trimestre de 2022 e recuo de 1,5% ante o primeiro trimestre.
A queda ocorreu apesar do avanço das operações na importante região do pré-sal, que registrou média de 1,71 milhão de bpd no segundo trimestre, alta de 6,2% na comparação com o segundo trimestre de 2022 e alta de 0,4% ante o primeiro trimestre deste ano.
O desempenho do pré-sal teve influencia principalmente do ramp-up de produção da P-71, no campo de Itapu, e ao início da produção do navio plataforma FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios, na Bacia de Santos, disse a companhia.
A produção no pós-sal no Brasil, por sua vez, somou média de 346 mil bpd, queda de 20,3% na comparação anual e recuo de 9,7% na comparação com o trimestre anterior, segundo a Petrobras, que citou paradas e manutenções, além do declínio natural de campos maduros e desinvestimentos.
A Petrobras também informou que suas vendas totais de petróleo, gás e derivados caíram 9,3%, para 2,82 milhões de boed, com vendas domésticas respondendo por 2,14 milhões de barris.
Em relatório a clientes, o JP Morgan afirmou que "no geral, os números foram sólidos, mas esperados e, como tal, prevemos uma reação neutra".
DERIVADOS
As taxas de utilização (FUT) das refinarias atingiram 93%, um aumento de 4 pontos percentuais ante um ano antes e de 8 pontos percentuais na comparação trimestral.
A produção de derivados do petróleo da Petrobras somou média de 1,8 milhão de bpd no segundo trimestre, alta de 2,1% ante um ano antes e avanço de 9,4% na comparação com o primeiro trimestre.
"Esse aumento foi suportado por uma maior disponibilidade das refinarias, após a realização de importantes paradas programadas ocorridas no primeiro trimestre (unidades da Revap, Refap e RPBC), além do maior FUT de 93% no segundo trimestre", disse a empresa.
A produção de gasolina cresceu 4% na comparação anual e avançou 7,4% ante o primeiro trimestre, acompanhando o desempenho de mercado e o maior aproveitamento da capacidade operacional das refinarias, segundo a Petrobras. Em junho, a produção de gasolina foi de 421 mil bpd, melhor resultado desde 2014.
Já a produção de diesel cresceu 1,4% no segundo trimestre ante um ano antes e subiu 9,7% versus o primeiro trimestre
"O diesel S10, menos poluente e com menor impacto ambiental, teve recorde mensal de 442 mil bpd em junho. Os resultados são fruto de constantes melhorias operacionais, otimização de processos e controle da produção, com objetivo de atender à demanda crescente do derivado", disse a Petrobras.
O volume de vendas de derivados no mercado interno no segundo trimestre, por sua vez, ficou em linha na comparação com 2022, com crescimento de 0,3%, mesmo após a venda da refinaria Reman, pontuou a Petrobras.
Na comparação com o primeiro trimestre, as vendas cresceram 1,5%, diante de uma maior competitividade da gasolina, e do gás liquefeito de petróleo (GLP), pela sazonalidade de consumo.
As vendas de gasolina cresceram 15,7%, para 434 mil bpd. Já as vendas de diesel, combustível mais comercializado no Brasil, foram de 721 mil bpd, 3,9% abaixo do ano anterior.