NOVA YORK (Reuters) - Os preços de referência do açúcar bruto em Nova York deverão seguir firmes e possivelmente avançarão mais em relação aos níveis atuais devido a um aperto no balanço de oferta e demanda da commodity, disse o Bank of America (NYSE:BAC) Global Research em uma nota nesta segunda-feira.
Os analistas do banco disseram que a moagem de cana no Brasil, o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, ficou abaixo das expectativas "devido ao clima seco e aos recentes incêndios florestais no estado de São Paulo".
"Há também um risco para os volumes de moagem de cana no Brasil em 2025/26, devido a um período de entressafra potencialmente mais seco e aos impactos na produção causados pelos incêndios florestais, especialmente nas áreas de renovação (de cana)", disse o banco.
A instituição afirmou ainda que considera a maioria das projeções para a safra brasileira como "superestimadas".
O BofA projeta o balanço global de açúcar em um pequeno excedente de 650.000 toneladas métricas, levando a uma relação estoque/uso de 54,1%.
Afirmou também que esses fundamentos devem levar os preços a cerca de 21-22 centavos de dólar por libra-peso.
Os preços do açúcar na ICE fecharam em 18,83 centavos de dólar por libra-peso na segunda-feira, uma mínima de duas semanas.
O banco disse que, se a Índia levar adiante os planos de desviar 3 ou 4 milhões de toneladas de açúcar para a produção de etanol, o equilíbrio da oferta global mudaria para um déficit de cerca de 3 milhões de toneladas.
O BofA também espera que os preços do etanol aumentem no mercado brasileiro com a menor safra de cana. Com esses fundamentos, o banco tem uma recomendação de compra para as empresas de açúcar e etanol Adecoagro, Raízen (BVMF:RAIZ4) e São Martinho (BVMF:SMTO3).
(Reportagem de Marcelo Teixeira)