Investin.com – As cotações de soja no mercado local registraram queda de 33% nos últimos doze meses, ao passo que, em Chicago (CBOT) apresentaram diminuição menor, de 20% durante igual período. A retração nos preços é reflexo do câmbio e safra recorde, e o novo ciclo pode ser de preços ainda menos vantajosos, segundo o Rabobank. As informações são do AgroInfo Q2, relatório trimestral do banco que traz as principais análises do trimestre e perspectivas para os próximos meses das commodities.
“Durante as últimas duas safras, as três principais variáveis que compõe o preço da soja no mercado brasileiro favoreceram a precificação da oleaginosa. Porém, para a safra 2022/23, além de preços menores em CBOT, o câmbio e o prêmio já não contribuem para que as cotações de soja alcancem os patamares recordes obtidos em 2022”, detalha o Rabobank.
No ciclo 2022/23, o Brasil contou com safra recorde colhida, o que ajudou na redução dos preços da oleaginosa. O Rabobank projeta que a safra de soja tenha chegado a 155 milhões de toneladas, 27 milhões a mais do que a imediatamente anterior.
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Nova safra, novos preços
Ainda que o risco climático permeie a próxima safra, o cenário mais provável é de crescimento da demanda menor do que o da oferta, o que deve impactar negativamente os preços, que podem voltar a se acomodar em patamares menores, de acordo com o estudo.
Ainda no documento, o Rabobank aponta que, dada a atual relação de troca para a safra 2023/24, no próximo ciclo, a área plantada de soja tende a subir em torno de 2,5%.
No cenário internacional, na Argentina, a expectativa de amenização do fenômeno climático La Niña pode ainda favorecer a produção.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, a expectativa é de uma safra recorde, indicando recomposição dos estoques globais.
“O risco climático para a safra norte-americana deverá ser o principal fator para uma elevada volatilidade nos preços globais”, completa o documento.
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