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Por John Revill
ZURIQUE (Reuters) - O governo suíço não se oporia à intervenção da lenda do tênis Roger Federer ou do presidente da Fifa, Gianni Infantino, para reduzir a carga tarifária do país depois que os EUA impuseram uma taxa de importação de 39% sobre seus produtos, disse a presidente Karin Keller-Sutter.
Políticos suíços propuseram o nome de seu compatriota Infantino como um canal de negociação informal com o presidente dos EUA, Donald Trump, depois que o líder norte-americano compareceu à final da Copa do Mundo de Clubes da Fifa em Nova Jersey, em julho.
Trump também é fã de celebridades e poderia ser influenciado por uma abordagem de Federer, informou a mídia suíça.
"Se personalidades que o conhecem conversarem com ele, não seremos contra", disse Keller-Sutter ao canal local Tele Zueri, quando perguntada sobre Infantino ou Federer conversando com Trump.
"Essa não é uma estratégia que podemos adotar oficialmente", disse ela, acrescentando que as negociações com Washington seriam conduzidas pelo governo. "Não sei se isso realmente ajudaria no final."
A Suíça ficou atônita com a taxa de importação de 39%, uma das mais altas dentre as aplicadas por Trump, que entrou em vigor na semana passada.
No início de maio, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa incluiu jogadores de golfe famosos em sua delegação que viajou a Washington na esperança de discutir temas comerciais e recuperar as relações com os EUA. Durante uma reunião tensa na Casa Branca, Trump o confrontou com falsas alegações de genocídio branco e confisco de terras.
Keller-Sutter disse esperar que as negociações para reduzir as tarifas dos EUA sobre as exportações suíças possam ser resolvidas até outubro, mas alertou que a Suíça não pagaria "nenhum preço" depois que um acordo anterior foi descartado por Trump em um telefonema entre os dois líderes em 31 de julho.
"O Conselho Federal está naturalmente se esforçando para encontrar uma solução que reduza as tarifas alfandegárias", disse Keller-Sutter.
"Espero que isso seja verdade", disse ela quando perguntada sobre os comentários do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, de que as questões comerciais poderiam ser resolvidas até outubro.
A tarifa é injustificada e deve ser reduzida, disse ela, observando que as empresas suíças estão investindo pesadamente nos Estados Unidos.
"Não pode ser que, para simplificar, nós simplesmente paguemos, pioremos nossa situação comercial e ainda tenhamos altas taxas alfandegárias", disse ela.
Ainda assim, a Suíça é um país pequeno e sem poder político, o que significa que sua margem de manobra é limitada, disse Keller-Sutter.
(Reportagem de John Revill)