Por Pavel Polityuk
KIEV (Reuters) - É provável que a Ucrânia tenha esgotado até o próximo mês sua cota de exportação de açúcar proposta pela União Europeia para 2024 e poderá ter que reduzir a área semeada com beterraba sacarina em até 20%, a menos que encontre outros mercados, disse uma autoridade de alto escalão na quinta-feira.
No início deste ano, a Comissão Europeia propôs medidas para limitar os suprimentos agrícolas da Ucrânia, em uma tentativa de reprimir os protestos dos agricultores contra o aumento das importações baratas desde a invasão total do país pela Rússia em fevereiro de 2022.
A proposta da Comissão, que exigirá a aprovação dos governos da UE e do Parlamento Europeu, introduz o chamado freio de emergência para os produtos mais sensíveis -- aves, ovos e açúcar --, permitindo tarifas se as importações excederem os níveis médios dos últimos anos.
Taras Vysotskiy, primeiro vice-ministro da agricultura da Ucrânia, disse à Reuters que seu país, que planeja refinar 1,8 milhão de toneladas métricas de açúcar em 2024, só poderá exportar 262.000 toneladas de açúcar para a UE durante todo o ano.
"É muito provável que até 5 de junho, antes da entrada em vigor dessa possível decisão de cota, essa cota provavelmente será usada e não haverá exportação (para a UE) até 1º de janeiro de 2025", disse Vysotskiy.
Ele acrescentou que a Ucrânia já havia exportado 220.000 toneladas de açúcar para a UE este ano.
O vice-ministro disse que os principais fabricantes de açúcar ucranianos estavam tentando encontrar novos mercados para sua produção, com o Oriente Médio e a África Ocidental como destinos potencialmente atraentes.
Vysotskiy disse que 30% dos volumes de exportação de açúcar em abril foram para países fora da UE, como Camarões, Turquia, Israel e Guiné.