Por David Milliken e Andy Bruce
(Reuters) - O banco central britânico cortou suas projeções de crescimento nesta quinta-feira diante do aumento das preocupações sobre o Brexit e com a desaceleração da economia global, mas não deu indicações de que está considerando reduzir a taxa de juros como outros bancos centrais.
Um dia depois que o Federal Reserve baixou os juros dos Estados Unidos pela primeira vez desde a crise financeira global, o Banco da Inglaterra disse que ainda espera elevar os juros gradualmente -- embora isso agora dependa de uma recuperação global, assim como de um Brexit "tranquilo".
As autoridades do banco britânico votaram por 9 a 0 para manter os juros em 0,75%, em linha com uma pesquisa Reuters com economistas, e disseram que a taxa de juros pode se movimentar para qualquer lado, independentemente do destino do Brexit.
Com o novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, empenhado em separar o Reino Unido da União Europeia até 31 de outubro -- independentemente de poder garantir um acordo de transição ou não -- os mercados veem um aumento nos riscos de um Brexit sem acordo.
O Banco da Inglaterra disse que isso levou a uma "acentuada depreciação da taxa de câmbio da libra" -- que está perto de uma mínima de três anos contra uma cesta de outras moedas importantes -- e que a partir de meados de julho, a incerteza em torno do Brexit se tornou "mais acentuada".
"O crescimento parece ter desacelerado desde 2018 para uma taxa abaixo do potencial, refletindo tanto o impacto da intensificação das incertezas relacionada ao Brexit sobre o investimento empresarial, quanto o enfraquecimento do crescimento global", disse o banco.
As projeções do Banco da Inglaterra assumem que o Reino Unido evitará um Brexit sem acordo, mas ainda prevê um crescimento de 1,3% para 2019 e 2020, ante 1,5% e 1,6%, respectivamente, em suas projeções de maio.
Isso deixa o crescimento econômico britânico mais ou menos em linha com o da zona do euro, que o Reino Unidos costumava superar regularmente antes da decisão do plebiscito de junho de 2016 de deixar a UE.