O diretor de Política Monetária do Banco Central e indicado à presidência da instituição a partir de 2025, Gabriel Galípolo, lembrou, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que o Brasil enfrentou durante os anos 80 uma crise profunda, levando à moratória da dívida externa e à exclusão do circuito financeiro internacional. "Hoje o Brasil é credor líquido internacional com mais de US$ 350 bilhões de reservas. O Brasil apresenta hoje um superávit comercial sólido e estrutural graças à produtividade e à competência dos seus empresários com destaque à competitividade", afirmou.
Além disso, segundo ele, o Brasil se solidificou como exportador de produtos como o petróleo, combinado com uma matriz energética limpa e diversificada.
O diretor também falou que a segurança alimentar e energética são vantagens especialmente relevantes em momentos de tensões políticas elevadas.
"Tudo isso representa um enorme avanço em contraste com as condições observadas na década de 70, que em última análise contribuiu para a crise da década de 80. Durante a década de 80 e início da década de 90, a economia foi assombrada pelo fantasma da hiperinflação", recordou Galípolo, citando que, em março de 1990, a inflação no Brasil disparou para surpreendentes 6.821% ao ano.
Ele salientou também que durante esse período, os planos econômicos de moedas nacionais eram substituídos e trocados com mais frequência do que os técnicos de futebol no Brasil. "Em 2024, o Plano Real completa 30 anos e o sistema de metas de inflação comemora 25 anos. Hoje, o Brasil é reconhecido por sua estabilidade monetária."