PEQUIM (Reuters) - As importações chinesas de soja do Brasil aumentaram em abril em relação ao mês anterior, mostraram dados alfandegários nesta quinta-feira, impulsionadas pela chegada de cargas que foram encomendadas no início do ano, mas atrasadas depois que a chuva atingiu a safra brasileira.
O maior importador mundial de soja trouxe 5,08 milhões de toneladas da oleaginosa do principal fornecedor, o Brasil, em abril, contra apenas 315.334 toneladas em março, mostraram dados da Administração Geral das Alfândegas.
Mas o número ainda ficou abaixo das 5,939 milhões de toneladas no mesmo mês do ano passado.
Os processadores chineses aumentaram as compras de soja no início deste ano, na expectativa da crescente demanda por ração do setor de suínos em constante recuperação. A chuva, porém, atrasou a colheita e as exportações do Brasil, que agora está exportando volumes recordes.
Os compradores se voltaram para os Estados Unidos para preencher a lacuna, com a China importando 2,15 milhões de toneladas de soja em abril, mais de três vezes as 665.591 toneladas enviadas no mesmo mês do ano anterior, mas bem abaixo dos 7,18 milhões de toneladas em março.
"A China comprou soja dos EUA quando o clima atrasou as cargas no Brasil", disse uma fonte do setor que acompanha de perto o mercado de soja.
"A soja brasileira deve chegar em maio de forma concentrada", disse a fonte, que não quis se identificar por não ter autorização para falar com a mídia.
As importações chinesas de soja em abril de todas as origens foram de 7,45 milhões de toneladas, um aumento de 11% em relação ao ano anterior.
No entanto, novos surtos de peste suína africana e uma mudança no uso de mais trigo para alimentação animal reduziram a demanda por farelo de soja.
As autoridades chinesas também emitiram diretrizes no mês passado recomendando a redução de milho e farelo de soja na ração de suínos e aves, uma medida que poderia remodelar o fluxo de grãos para o maior comprador mundial de milho e soja.
(Por Hallie Gu e Shivani Singh)