Ipea: alimentos sobem, mas energia e transporte aliviam inflação dos mais pobres em março

Publicado 16.04.2025, 09:49
Atualizado 16.04.2025, 13:10
Ipea: alimentos sobem, mas energia e transporte aliviam inflação dos mais pobres em março

Apesar da nova rodada de alta nos preços dos alimentos, a descompressão do custo da energia elétrica e as reduções em modais de transporte coletivo, como ônibus urbano e metrô, aliviaram a inflação percebida pelas famílias de baixa renda em março, informou nesta quarta-feira, 16, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação arrefeceu de um aumento de 1,59% em fevereiro para uma alta de 0,56% em março para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta, a inflação saiu de uma elevação de 0,90% em fevereiro para aumento de 0,60% em março.

O Ipea lembra que a tarifa de energia elétrica desacelerou de uma alta de 16,8% em fevereiro para uma elevação de 0,12% em março.

"Ainda que em menor intensidade, as quedas das passagens de ônibus urbano (-1,1%) e do metrô (-1,7%) também ajudam a explicar o alívio inflacionário em março para os segmentos de menor poder aquisitivo. Já para as famílias de renda alta, o recuo da taxa de inflação de 0,90% em fevereiro para 0,60% em março veio, especialmente, da melhora do grupo educação, tendo em vista o fim do impacto dos reajustes das mensalidades escolares ocorrido no mês anterior. Nota-se, ainda, que essa descompressão inflacionária no segmento de renda alta foi atenuada, em parte, pela piora no comportamento das passagens aéreas, com alta de 6,9% em março ante queda de 20,5% em fevereiro", ressaltou Maria Andreia Parente Lameiras, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, na Carta de Conjuntura divulgada pelo instituto.

Com exceção da faixa de renda alta, todos os demais grupos familiares sentiram o aumento nos preços do grupo alimentação e bebidas como a principal pressão sobre a inflação. Na faixa de renda mais baixa, o encarecimento dos alimentos respondeu por 65% da inflação percebida em março, uma contribuição de 0,36 ponto porcentual para a taxa de 0,56%.

"Por certo, mesmo diante da queda de preços de itens importantes como arroz (-1,8%), feijão preto (-3,9%), carnes (-1,6%) e óleo de soja (-2,0%), as altas expressivas dos ovos (13,1%), do café (8,1%), do leite (3,3%) e do tomate (22,6%), entre outros, explicam esta pressão vinda dos alimentos. Em contrapartida, os reajustes de 6,9% das passagens aéreas e de 1,2% dos serviços ligados à recreação e lazer explicam a contribuição positiva mais forte dos transportes e das despesas pessoais sobre a inflação da classe de renda alta", explicou Lameiras.

Com o resultado de março, a inflação acumulada em 12 meses foi de 5,61% na faixa de renda alta e de 5,24% na faixa de renda muito baixa.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, desacelerou de uma elevação de 1,31% em fevereiro para alta de 0,56% em março. A taxa acumulada em 12 meses ficou em 5,48% em março.

O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 2.202,02 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 22.020,22, no caso da renda mais alta.

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