Cortes mais profundos nas taxas de juros no Canadá podem ser justificados se o crescimento econômico do país ou do globo enfraquecer ainda mais, diz o governador do Banco do Canadá, Tiff Macklem.
Seus comentários em Londres, após um discurso sobre comércio, deixaram a porta aberta para um corte de meio ponto porcentual em outubro, e Macklem reconheceu que dados recentes medindo emprego e produto interno bruto têm sido fracos.
O Banco do Canadá cortou sua meta para a taxa overnight na semana passada em 25 pontos-base, para 4,25%, a terceira redução consecutiva, depois que a inflação desacelerou ainda mais em julho para 2,5%.
Dias após o corte da taxa, o relatório mensal de empregos disse que a taxa de desemprego subiu de 6,4% para 6,6%, o nível mais alto desde maio de 2017, quando o período da pandemia da covid-19 é excluído.
"Agora temos alguma folga no mercado de trabalho. Com a inflação se aproximando da meta, na verdade queremos ver o crescimento acelerar. Queremos ver os gastos do consumidor se fortalecerem", disse Macklem, durante uma sessão de perguntas e respostas com um público empresarial.
O Banco do Canadá previu um crescimento anualizado de 2,8% no terceiro trimestre, mas Macklem disse que há riscos de queda nessa previsão, com indicadores apontando para uma produção fraca em julho e agosto. Alguns economistas do setor privado, como Royce Mendes da Desjardins Securities, dizem que o crescimento do terceiro trimestre está projetado para ficar mais próximo de 1%.
Macklem disse que se os riscos de queda se materializarem, e "se a inflação for mais fraca do que esperamos, pode ser apropriado reduzir as taxas mais rapidamente". Fonte: Dow Jones Newswires