O Banco Central (BC) aumentou a sua projeção de inflação de 2026, de 3,2% para 3,3%, no cenário de referência, que considera a trajetória de juros do relatório Focus e a evolução do dólar conforme a paridade do poder de compra. A mudança consta no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira, 26.
As projeções para a inflação de 2024 e 2025 - de 4,3% e 3,7%, respectivamente - não foram alteradas na comparação com o comunicado e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, o colegiado decidiu aumentar a Selic em 0,25 ponto porcentual, de 10,5% para 10,75%.
A partir do ano que vem, a meta de inflação passa a ser contínua, com centro de 3% e tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Caso o IPCA acumulado em 12 meses fique acima ou abaixo desse limite por seis meses consecutivos, considera-se que o alvo foi perdido.
O cenário de referência usa a trajetória da taxa Selic embutida no relatório Focus (até 13 de setembro), com juros de 11,25% no fim de 2024 e de 10,5% no fim de 2025. O dólar parte de R$ 5,60 e evolui conforme a PPC, e o preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e, depois, começa a aumentar 2% ao ano. O BC adota a hipótese de bandeira de energia amarela no fim deste ano e do próximo.
No último Focus, as medianas indicavam IPCA de 4,37% em 2024, 3,97% em 2025 e 3,62% em 2026.
Chance de estouro da meta de inflação
O Banco Central aumentou a sua estimativa da probabilidade de estouro da meta de inflação em 2024, no cenário de referência, de 28% no último RTI, para 36% na edição publicada nesta quinta. O alvo deste ano é de 3%, com teto de 4,5%.
A chance de a inflação ficar abaixo do piso da meta, de 1,5%, continuou em zero. Para 2025, a probabilidade de o IPCA superar o teto da meta passou de 21% para 28% e a chance de furar o piso foi revisada de 9% para 6%. Em 2026, o BC revisou a chance de a taxa superar o teto (17% para 19%) e furar o piso (11% para 10%).
O BC estima IPCA de 4,3% em 2024, 3,7% em 2025 e 3,3% em 2026, considerando o cenário de referência, com a trajetória de Selic embutida no relatório Focus e a evolução do câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC).