“Remédio vai funcionar”, diz Galípolo sobre taxa de juros

Publicado 03.06.2025, 09:20
© Reuters “Remédio vai funcionar”, diz Galípolo sobre taxa de juros

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou nesta 2ª feira (2.jun.2025), durante evento no CDPP (Centro de Debate de Políticas Públicas), em São Paulo, que a taxa básica de juros está em patamar restritivo. Por isso, os efeitos da política monetária devem aparecer com o tempo.

Galípolo afirmou que, mesmo com defasagens, o BC confia que ela tenha efeito: “Se a gente colocou a taxa de juros em um patamar que entende como restritivo, a gente sabe que é um remédio que vai funcionar. Ele tem suas defasagens e a gente quer comunicar como essa defasagem vai ocorrer ao longo dos próximos meses”.

Segundo ele, a comunicação do BC tem sido essencial para esclarecer o processo de desinflação, e ainda de acordo com ele, é a isso que se deve o êxito da autoridade monetária durante os últimos ciclos do Copom (Comitê de Política Monetária).

Em maio, o BC elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior nível desde 2006. A decisão foi motivada pela inflação persistente e pelas expectativas que ultrapassaram o intervalo de tolerância da meta oficial de 3%, que varia de 1,5% a 4,5%.

No acumulado de 12 meses até abril, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 5,53%.

Conforme Galípolo, o cenário atual é de incertezas, o que exige cautela nas decisões. Também falou em flexibilidade já que os indicadores podem apontar direções diferentes: “Muitas vezes, você pode ter um dado mais forte de trabalho, um dado de IPCA mais fraco e um dado de PIB que vai ter um headline menos oficial, com uma composição de mixed feelings”, disse.

O presidente afirmou que, na maior parte dos casos, o peso dado à renda e à atividade econômica é mais relevante do que o nível da taxa de juros para definir o direcionamento e o apetite por crédito.

Segundo ele, “a resiliência da renda –seja pelas políticas públicas, seja pela regra do salário mínimo– provocou, no início do ano, uma cautela maior na conversa com os bancos”.

Ainda assim, observou que o sistema financeiro continua demonstrando forte disposição para conceder crédito.

FALANDO EM CRÉDITO

O presidente do BC também abordou no CDPP as mudanças no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e afirmou que o imposto não deveria ser usado como política arrecadatória.

Disse que, no crédito, o imposto também é regulatório e que usá-lo para isonomia é “condizente e coerente para a questão do IOF”, mas ainda está em discussão qual seria o patamar ideal.

Por outro lado, disse que o tributo não deve ser utilizado como ferramenta de apoio à política monetária.

O Banco Central, segundo ele, ainda aguarda a definição do modelo final da reforma do IOF para avaliar como o novo desenho impactará as projeções econômicas.

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