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REPERCUSSÃO-BC mantém Selic em 13,75% sem sinalizar corte futuro, mas vê novo aperto como "menos provável"

Publicado 03.05.2023, 19:58
Atualizado 03.05.2023, 20:00
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(Reuters) - O Banco Central manteve a taxa básica de juros em 13,75% nesta quarta-feira pela sexta reunião de política monetária seguida e não antecipou corte da taxa à frente, mas destacou em comunicado que um cenário de retomada do aperto monetário é "menos provável".

LEIA MAIS - Selic: Copom mantêm taxa de juros em 13,75% pela 7ª reunião consecutiva

JOÃO SAVIGNON, HEAD DE PESQUISA MACRECONÔMICA DA GESTORA KÍNITRO CAPITAL

"O Copom aliviou um pouco o tom do comunicado, vindo um pouco mais 'dovish' do que esperávamos, por dois motivos: ter mantido inalteradas as expectativas de inflação, com revisão para baixo no cenário alternativo; e ter qualificado o cenário de possível retomada do ciclo de alta como menos provável."

RAFAELA VITÓRIA, ECONOMISTA-CHEFE DO BANCO INTER

"Um dos destaques no comunicado foi a mudança nas premissas do BC com melhora no câmbio, queda do petróleo e bandeira verde e, ainda assim, sem impacto nas projeções do IPCA, mantidas em 5,8% em 3,6% para 2023 e 2024. O comunicado afasta qualquer chance de corte na próxima reunião em junho e, para agosto, o corte fica dependente de uma queda maior que o esperado na inflação corrente e melhora no cenário fiscal, com a aprovação do arcabouço refletindo em redução do risco fiscal e alguma queda nas expectativas de inflação para 2024."

MARCELO FONSECA, ECONOMISTA-CHEFE DA GESTORA OPPORTUNITY TOTAL

"O Copom confirmou as expectativas de que não há condições para redução da taxa de juros no horizonte próximo, enfatizando a necessidade de “paciência e serenidade” com a condução da política monetária. Nesse sentido, destaque para as projeções do BC, que somente convergem para o centro da meta de 3,0% em 2024 assumindo-se um cenário de manutenção da taxa Selic nos níveis atuais. Outro ponto relevante é o fato do Copom ter reconhecido a redução das incertezas com a apresentação do novo arcabouço fiscal, mas que 'não há relação mecânica' entre a convergência da inflação e a aprovação do arcabouço”. Em suma, a reunião confirmou nosso entendimento de que o início da redução dos juros somente ocorrerá no quarto trimestre do ano."

FABIO AKIRA, ECONOMISTA-CHEFE DA GESTORA BLUELINE

"O comunicado incorporou as sinalizações recentes que os membros do Copom já vinham antecipando em eventos públicos, como a avaliação positiva da proposta de arcabouço fiscal, assim como a ausência de relação mecânica entre o fiscal e a convergência da inflação. Também incluiu no comunicado o apelo por "paciência e serenidade" que RCN vinha mencionando em suas aparições. Talvez o aspecto mais relevante do comunicado seja a suavização do cenário em que o Copom 'não hesitará em retomar o ciclo de ajuste', que pode ser interpretado pelo mercado como um primeiro indício de reversão do ciclo ao longo do segundo semestre."

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CRISTIANE QUARTAROLI, ECONOMISTA DO BANCO OURINVEST

"O resultado foi em linha com o que o mercado esperava, contudo o Banco central trouxe um comunicado com um tom mais duro, sinalizando que as projeções de inflação subiram e ainda permanecem acima da meta. Adicionalmente, existe ainda incerteza sobre o arcabouço fiscal que foi apresentado ao Congresso, o BC mostrou preocupação com as incertezas, que ainda são grandes e deixam dúvidas sobre quais serão, de fato, os impactos desse novo arcabouço sobre o cenário futuro da inflação e, consequentemente, da política monetária. O tom realmente foi mais duro, sinalizando que a Selic deve permanecer nesse patamar no curto médio prazo, pelo menos nos próximos meses."

(Por Redação Brasília)

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