SÃO PAULO (Reuters) - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira que o governo federal cumprirá "rigorosamente" o arcabouço fiscal, e afirmou que um descontingenciamento anunciado recentemente ocorreu devido a um aumento da arrecadação.
Alckmin, que está no exercício da Presidência pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em viagem oficial a Nova York para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), disse ainda que o governo tem compromisso com o arcabouço.
"O governo tem compromisso com o arcabouço fiscal, vai cumpri-lo rigorosamente", disse ele em discurso na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
"Vamos cumprir o arcabouço fiscal. Teve um pequeno descontingenciamento, porque como cresceu a economia -- nós podemos passar o ano passado, chegar a 3% ou mais -- cresceu a arrecadação, é óbvio, por isso que houve um pequeno descontingenciamento, mas mantido rigorosamente o arcabouço fiscal", afirmou.
Preocupações de agentes do mercado com a situação fiscal do país e com a dinâmica da inflação levaram o dólar a ganhar terreno frente ao real nesta segunda-feira, apesar da elevação dos juros no Brasil e da redução da taxa nos Estados Unidos na semana passada -- movimentos que, em tese, beneficiariam a divisa brasileira.
O Ibovespa, índice de referência do mercado de ações no Brasil, também operava no vermelho.
Na sexta-feira, os ministérios do Planejamento e da Fazenda apontaram que a contenção total de verbas de ministérios para respeitar regras fiscais será reduzida de 15 bilhões de reais para 13,3 bilhões de reais, com ganhos de arrecadação compensando uma alta de gastos obrigatórios.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)