Investing.com - Confira as cinco principais notícias desta quarta-feira, 30 de maio, sobre os mercados financeiros:
1. Incerteza política na Itália continua em foco
Após incerteza política na Itália ter abalado os mercados globais no dia anterior, causando uma operação de vendas e empurrando o euro para a mínima de 10 meses em relação ao dólar, uma pausa parece ter ocorrido nesta quarta-feira enquanto os mercados continuavam a acompanhar os acontecimentos.
Os esforços de última hora para formar um governo na Itália apresentavam poucos sinais de sucesso nesta quarta-feira, com grandes partidos convocando para as eleições em julho, uma votação que investidores temem poder se tornar na verdade um referendo sobre a moeda única uma vez que eurocéticos permanecem fortes nas pesquisas.
Carlo Cottarelli, primeiro-ministro indicado pelo chefe de Estado com a função de acalmar a turbulência política e supervisionar novas eleições depois do verão, fracassou até agora em encontrar o apoio de qualquer grande partido para uma administração paliativa.
Os principais partidos da Itália teriam convocado o presidente Sergio Mattarella para dissolver o parlamento imediatamente e enviar a terceira maior economia da zona do euro de volta às urnas em 29 de julho, menos de quatro meses após a inconclusiva votação de 4 de março.
No entanto, algumas informações recentes sugeriram que os dois partidos antissistema, o Movimento 5 Estrelas e a Liga, estavam trabalhando na tentativa de encontrar "um ponto de concessão em outro nome" para o ministério da economia. Qualquer acordo poderia levar a uma tentativa renovada de formar um governo de coalizão.
Fornecendo algum alívio, um leilão de títulos italianos com vencimento em 10 anos teve a demanda mais forte desde dezembro, embora não esteja claro quanto disso pode ser atribuído ao programa de compra de ativos do Banco Central Europeu.
2. Tensões entre EUA e China sob observação
Participantes do mercado também estão de olho nos acontecimentos envolvendo as relações comerciais entre os EUA e a China após o presidente Donald Trump ter dito na terça-feira que avançaria com US$ 50 bilhões em tarifas sobre importações chinesas. A Casa Branca indicou que a lista de produtos direcionados deve ser produzida até 15 de junho e a implementação deve ser realizada “logo em seguida”.
O Ministério do Comércio da China respondeu rapidamente, afirmando que ficou surpreso com o anúncio e continua confiante de que o país pode proteger seus interesses.
O Ministério das Relações Exteriores da China seguiu o mesmo script na quarta-feira, afirmando que não queria uma guerra comercial com os EUA, mas insistindo que não tem medo de uma.
O barulho acontece antes que o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, vá à China para negociações comerciais em 2 e 4 de junho.
3. Bolsas globais lutam para se recuperar
Após o fechamento negativo de Wall Street um dia antes, as bolsas asiáticas ampliaram a operação global de vendas na quarta-feira, enquanto a crise política da Itália tinha reflexos nos mercados financeiros. O Nikkei 225 do Japão encerrou com perdas de 1,5%, ao passo que o Shanghai Composite da China recuou 2,5%
Bolsas europeias apresentavam negociações em diferentes direções com o mercado de ações da Itália em destaque, na frente entre os que tinham ganhos, já que a referência se recuperava de cinco dias seguidos de perdas.
O mercado futuro dos EUA também apontava para uma ligeira recuperação na abertura em Wall Street Às 06h54, o blue chip futuros do Dow ganhava 105 pontos, ou 0,43%, os futuros do S&P 500 subiam 11 pontos, ou 0,39%, enquanto o índice futuro de tecnologia Nasdaq 100 tinha alta de 21 pontos ou 0,30%.
4. Investidores se preparam para responder a enxurrada de dados dos EUA
Uma série de dados econômicos de primeira linha, incluindo a segunda estimativa do PIB do primeiro trimestre dos EUA, pode reorientar a narrativa sobre a força econômica subjacente dos EUA, já que os mercados lutam para se recuperar das preocupações políticas na zona do euro. A leitura às 09h30 deverá mostrar que a economia cresceu 2,3%, alinhada à estimativa preliminar vista no mês passado.
Os dados de empregos não agrícolas da ADP, previstos para as 09h15 e que servem frequentemente como um precursor para os dados mensais da folha de pagamento não agrícolas previstos para sexta-feira, deverão mostrar que 190.000 empregos no setor privado foram criados em maio, um pouco abaixo dos 204.000 empregos criados no mês anterior.
Também em pauta, o Livro Bege do Federal Reserve, um relatório que inclui evidências empíricas sobre a saúde da economia dos EUA nas 12 regiões da instituição, será divulgado às 15h00.
Embora investidores ainda estejam precificando um aumento de juros na reunião de junho, eles descartaram a possibilidade de haver um total de quatro aumentos este ano.
5. Petróleo se recupera enquanto dados dos estoques são esperados
Nesta quarta-feira, a cotação do petróleo se recuperava de uma queda que durava uma semana, já que investidores finalmente deram um tempo na punição ao ouro negro devido às preocupações de que a Opep e a Rússia possam aumentar a produção já em junho a fim de compensar potenciais reduções na oferta da Venezuela e do Irã.
Os contratos futuros de petróleo bruto nos EUA avançavam 0,40% para US$ 67,00 às 06h56, enquanto o petróleo Brent tinha alta de 0,68%, com o barril negociado a US$ 76,00.
A recuperação ocorria enquanto participantes do mercado voltavam suas atenções a novos dados dos estoques comerciais norte-americanos de petróleo bruto para avaliar a força da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo.
O Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês), grupo do setor petrolífero, deve divulgar seu relatório semanal às 17h30. Dados oficiais da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) serão divulgados na quinta-feira em meio a previsões de aumento dos estoques de petróleo em torno de 2,2 milhões de barris.
Os relatórios serão divulgados um dia após o normal devido ao feriado do Memorial Day nos EUA na segunda-feira.