Investing.com - Confira as cinco principais notícias desta sexta-feira, 31 de maio, sobre os mercados financeiros:
1. Trump impoe tarifas de 5% em importações do México
Em um movimento surpreendente que provavelmente atrapalhará o Acordo EUA-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês), o presidente Donald Trump prometeu impor tarifas de 5% sobre todas as mercadorias mexicanas exportadas para os EUA, até que o país tome medidas para impedir que os imigrantes cruzem a fronteira americana.
Trump twittou que a tarifa entrará em vigor em 10 de junho e durará "até que o tempo em que migrantes ilegais vindos do México entrem em nosso país, ACABE".
O presidente indicou que as tarifas sobre o México aumentariam gradualmente se a ação não fosse tomada. Um comunicado divulgado pela Casa Branca especificou que eles poderiam subir até 25% até 1º de outubro.
2. Preocupações comerciais atingem o sentimento de risco, deixando as ações em queda livre
As ações globais registraram uma forte queda enquanto os títulos soberanos aumentaram na sexta-feira sob o temor de que a ameaça chocante das tarifas de Trump sobre o México corra o risco de levar os EUA a uma recessão, enquanto dados decepcionantes da China se somam aos problemas.
As bolsas de valores asiáticas fecharam em queda com as preocupações com o comércio, apesar dos dados divulgados na sexta-feira terem mostrado que a atividade da fábrica chinesa em maio se contraiu mais do que o esperado.
Ações europeias caíram para mínimos de três meses com a pressão particular das montadoras que têm fábricas no México.
O mercado futuro dos EUA indica abertura em declínio acentuado na abertura de Wall Street. Os futuros do Dow caíam 275 pontos, ou 1,09%, às 8h13, os futuros do S&P 500 perdiam 31,88 pontos, ou 1,14%, enquanto o índice futuro de tecnologia Nasdaq 100 tinha queda de 102 pontos, ou 1,41%.
Os rendimentos de títulos americanos alcançaram novas baixas e partes da curva se inverteram ainda mais, visto como um sinal de alerta de recessão na maior economia do mundo.
3. Ações da Uber em alta após o primeiro relatório de lucros como empresa pública
A Uber (NYSE:UBER) viu suas ações subirem ligeiramente no pregão de sexta-feira, depois que a empresa divulgou ganhos mistos em seu primeiro relatório como empresa de capital aberto.
O prejuízo líquido de US$ 1 bilhão da empresa estava alinhado com sua própria orientação financeira e os analistas aplaudiram as melhorias nas taxas de captação, a receita recebida pela empresa depois de subtrair o pagamento de incentivos para restaurantes e motoristas, além de acelerar o crescimento da receita.
Em relatórios mais pessimistas, a Gap (NYSE:GPS) viu as ações despencarem quando a marca Old Navy registrou as vendas mais fracas em três anos e a empresa reduziu sua previsão de lucro.
A Costco (NASDAQ:COST) também viu suas ações escorregarem apesar de apresentar ganhos melhores do que o esperado quando a companhia admitiu que os preços provavelmente subiriam devido às tarifas.
A Big Lots (NYSE:BIG) estará em foco na sexta-feira, já que ela informará seus ganhos antes do sino de abertura.
4. Gastos pessoais e renda vêem subida
Os indicadores econômicos começam com os números mais recentes sobre renda pessoal e gastos antes da abertura de sexta-feira às 9h30.
Prevê-se que os gastos pessoais tenham subido 0,2% no mês passado, com a renda pessoal registrando um aumento de 0,3%, de acordo com as previsões dos economistas compilados pelo Investing.com.
O índice de inflação preferido do Federal Reserve, o o índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), que exclui alimentos e energia, deve ter aumentado 0,2% para o mês, mas permanecerá a uma taxa anual de 1,6%.
Às 10h45, o índice de gerentes de compras de Chicago (PMI) para maio sai, com economistas esperando que a medida da atividade industrial do meio-oeste tenha leve alta de 55,1.
E às 11h00, a Universidade de Michigan irá publicar sua revisão da percepção do consumidor para maio. O índice deve ficar ligeiramente abaixo da medida preliminar para 102.0.
5. As tarifas de Trump sobre o México podem tornar mais improvável o acordo EUA-China
Embora o anúncio de tarifas de Trump sobre o México tenha mudado o foco das manchetes da mídia financeira, a disputa comercial em curso entre os EUA e a China fervilhou nos bastidores.
Analistas alertaram que as tarifas do Trump sobre o México fazem um acordo entre Pequim e Washington ainda mais improvável.
Os argumentos aponta para o fato de que as revisões recentemente acordadas no acordo comercial norte-americano parecem ter sido prejudicadas pela decisão arbitrária de Trump, diminuindo o valor de se chegar a qualquer acordo.
Dai Xianglong, que chefiou o Banco do Povo da China de 1995 a 2002 e continua sendo uma figura influente na China, observou que a abordagem para as negociações comerciais tem sido "bullying e America primeiro".
Dai indicou ainda que a situação atual sugere que o presidente da China, Xi Jinping e Trump, provavelmente acharão difícil avançar bastante para acabar com a guerra comercial de seus países quando se encontrarem na cúpula do G-20 em junho no Japão.
- Reuters contribuiu com esta reportagem