Trump diz que só reduzirá tarifas se países concordarem em abrir mercados aos EUA
Investing.com – Os principais índices futuros das ações dos EUA operam com pouca variação nesta terça-feira, na expectativa pelo segundo dia de negociações comerciais entre Washington e Pequim.
O presidente norte-americano Donald Trump sinalizou progressos no primeiro dia de diálogos, ao passo que outras autoridades acenam com um potencial acordo para a exportação de matérias-primas essenciais de terras-raras.
No cenário corporativo, a Apple (NASDAQ:AAPL) apresenta novos recursos de inteligência artificial (IA) em um evento para desenvolvedores, mas falha em animar os investidores.
No Brasil, o mercado local aguarda a divulgação do índice oficial de inflação para o mês de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
1. Futuros estáveis em Wall Street
Os futuros dos índices de ações dos EUA exibiam pouca alteração nesta terça-feira, enquanto os investidores aguardavam mais detalhes sobre a nova rodada de negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, em Londres.
Às 8 h de Brasília, o Dow, o S&P 500 e o Nasdaq 100 operavam praticamente no zero a zero.
O S&P 500 encerrou o pregão de ontem com um ganho discreto, sustentado pela valorização das ações das gigantes de tecnologia Amazon (NASDAQ:AMZN) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL), controladora do Google.
Em movimento contrário, os papéis da Warner Bros Discovery (NASDAQ:WBD) recuaram aproximadamente 3%, após o conglomerado de mídia comunicar a cisão de suas divisões de streaming e estúdio de suas deficitárias operações de TV a cabo. As ações chegaram a registrar uma alta inicial de 13% logo após o anúncio.
A rede de fast-food McDonald’s (NYSE:MCD) também enfrentou perdas, na esteira de um rebaixamento por analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS). Além disso, a Robinhood Markets (NASDAQ:HOOD) cedeu quase 2%, depois que a S&P Dow Jones manteve a composição do S&P 500 inalterada, frustrando algumas expectativas de que a corretora online fosse adicionada ao índice.
2. Negociações comerciais EUA-China entram no segundo dia
As atenções se voltam para o segundo dia das negociações comerciais determinantes entre EUA e China, com investidores na expectativa de que as discussões resultem em um arrefecimento das tensões entre as duas maiores economias do globo.
Na segunda-feira, representantes de ambas as nações se encontraram na Lancaster House, em Londres, com o objetivo de solucionar disputas sobre controles de exportação de terras-raras, vitais para as cadeias de suprimentos globais.
O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou ter recebido "bons relatórios" dos representantes da Casa Branca nos encontros, o que conferiu força ao dólar frente a uma cesta de moedas concorrentes nesta terça-feira.
Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional, também indicou que as conversas devem culminar em um consentimento de Pequim para liberar a exportação de terras raras, enquanto Washington viabilizaria o acesso chinês a semicondutores. As ações de empresas do setor de chips apresentaram desempenho positivo na segunda-feira.
Ambas as nações já haviam alcançado uma trégua provisória após diálogos em Genebra, se bem que declarações recentes expuseram a fragilidade dessa détente.
3. Apple anuncia mais recursos de IA
A Apple iniciou sua conferência anual de desenvolvedores com uma apresentação inaugural que incluiu uma série de atualizações em suas ofertas de inteligência artificial.
Mas as ações da fabricante do iPhone caíram na segunda-feira, depois que as novidades não conseguiram empolgar os investidores, ansiosos por ver a gigante da tecnologia lançar grandes avanços no aproveitamento dessa nova tecnologia.
As apresentações da Apple em sua Conferência Mundial de Desenvolvedores apresentaram melhorias sem muita expressão, como traduções ao vivo para chamadas telefônicas. Uma percepção de falta de progresso em IA em comparação com outros expoentes do setor tem pesado sobre o sentimento em relação à Apple, levando as ações da empresa a uma queda de mais de 17% no acumulado do ano.
4. Petróleo sobe
As cotações do petróleo registravam uma alta nesta terça, com os operadores aguardando o desfecho das negociações entre EUA e China, que podem destravar um alívio nas tensões comerciais e uma melhora na demanda por combustíveis.
No momento da redação, os contratos futuros do Brent avançavam 0,49%, a US$ 67,36 por barril, após atingirem na véspera sua cotação mais alta desde 28 de abril. Os futuros do West Texas Intermediate (WTI), referência para o mercado norte-americano, subiam 0,48%, a US$ 65,61 por barril.
A perspectiva de um acordo comercial entre as duas nações atenuou certas apreensões sobre a demanda. A expectativa é que a maior fluidez no intercâmbio de bens e serviços fomente a atividade econômica mundial e, por conseguinte, o consumo de petróleo.
5. IPCA no Brasil
O grande destaque do calendário econômico de hoje será a apresentação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o mês de maio pelo IBGE logo mais.
Em abril, o indicador registrou alta de 0,43%, desacelerando frente a março, mas a inflação acumulada em 12 meses subiu para 5,53%, a maior desde fevereiro de 2023 e acima da meta do banco central, refletindo pressões principalmente dos setores de alimentação e saúde.
Apesar da queda nos preços dos transportes e da desaceleração nos serviços, o cenário continua desafiador, devido à atividade econômica aquecida, alta da massa salarial e custos elevados.
Durante um fórum empresarial no Guarujá na semana passada, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que a instituição está "muito insatisfeita" com a inflação acima da meta de 3% e reafirmou o compromisso de combatê-la com firmeza, embora tenha evitado sinalizar decisões futuras sobre os juros.
No cenário político, os investidores continuam avaliando os desdobramentos do anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em conjunto com os presidentes da Câmara e do Senado no último domingo a respeito de alternativas ao aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF). As medidas têm desagradado o meio político e empresarial, além de gerar insatisfação no mercado financeiro, pela possibilidade de perda de isenção tributária em aplicações de renda fixa de setores considerados estratégicos para a economia, como o agronegócio e o setor imobiliário.