Investing.com - Na semana a seguir, mercados financeiros de todo o mundo se concentrarão no resultado da reunião de política monetária do Federal Reserve na próxima quarta-feira na busca de quaisquer indícios sobre o momento do próximo aumento dos juros norte-americanos e indicações de como o banco central planeja reduzir seu imenso balanço patrimonial.
Vários relatórios econômicos norte-americanos importantes serão divulgados, dos quais o relatório do PIB do segundo trimestre, previsto para sexta-feira, é o que chamará mais atenção entre eles.
Enquanto isso, na Europa, agentes de mercado estarão atentos a novos dados sobre a atividade industrial na zona do euro para avaliar a força da economia da região e como isso terá impacto sobre o momento em que o Banco Central Europeu começará a reduzir seu programa de compra de ativos.
No Reino Unido, investidores aguardarão a primeira estimativa do PIB do segundo trimestre para mais indicações sobre a saúde da economia e a probabilidade de que o Banco da Inglaterra aumente as taxas de juros este ano.
Além disso, investidores estarão muito atentos aos dados sobre a inflação do trimestre na Austrália, já que buscam mais indícios sobre a saúde da economia do país e o momento em que os custos de crédito ficarão mais altos.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros
O Federal Reserve não deve realizar qualquer ação sobre as taxas de juros na conclusão de sua reunião de política monetária de dois dias às 15h00 de quarta-feira, mantendo a faixa de 1,0% a 1,25%.
O banco central divulgará sua declaração após a reunião e os investidores buscarão qualquer mudança na linguagem que possa apontar mais claramente para um aumento da taxa de juros em junho.
Agentes do mercado também estarão muito atentos a detalhes sobre quando e como o Fed iniciará a redução de seu balanço patrimonial de US$ 4,5 trilhões.
De acordo com Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com, as convicções a respeito de outro aumento antes do fim do ano diminuíram, com apenas 35% dos agentes do mercado esperando outro movimento até dezembro, já que a perspectiva moderada de inflação elevou as dúvidas quanto à possibilidade dos decisores manterem sua trajetória planejada de endurecimento da política monetária.
2. PIB dos EUA no segundo trimestre
Os EUA devem divulgar números preliminares do crescimento econômico do segundo trimestre às 09h30 (horário de Brasília) da próxima sexta-feira.
O relatório deverá mostrar que a economia cresceu em taxa anual de 2,6% no trimestre de abril a junho, melhorando a partir do crescimento de 1,4% no primeiro trimestre.
Além do relatório do PIB, o calendário desta semana também trará dados norte-americanos sobre vendas de imóveis usados e imóveis novos, bem como confiança do consumidor, pedidos de bens duráveis e pedidos semanais de seguro-desemprego.
As manchetes de Washington permanecerão em foco, já que o Senado deverá continuar o trabalho de revogar o Obamacare. A investigação sobre as ligações da campanha de Donald Trump, presidente norte-americano, com a Rússia continuarão a chamar a atenção.
Já no mercado de ações, investidores terão uma semana cheia de resultados, com mais de um terço de empresas constituintes do S&P 500 e 13 empresas do Dow divulgando resultados.
Nomes do FANG — Facebook (NASDAQ:FB), Amazon (NASDAQ:AMZN) and Alphabet (NASDAQ:GOOGL) — chamarão a maior parte da atenção, bem como Exxon Mobil (NYSE:XOM), Caterpillar (NYSE:CAT), United Technologies (NYSE:UTX), McDonald's (NYSE:MCD) e Boeing (NYSE:BA).
3. PMIs da zona do euro
A zona do euro deve publicar dados preliminares sobre a atividade nos setores da indústria e de serviços em julho às 05h00 (horário de Brasília) da próxima segunda-feira em meio a expectativas de uma redução modesta.
Antes dos PMIs da zona do euro, França e Alemanha divulgarão seus próprios relatório de PMI às 04h e 04h30 respectivamente, em horário de Brasília.
Além dos dados do PMI, estarão na pauta também um estudo do instituto IFO sobre o clima de negócios na Alemanha bem como os dados da inflação alemã.
Na semana passada, o Banco Central Europeu manteve os custos de crédito em recordes mínimos e pediu mais paciência e persistência para levar a inflação de volta à sua meta. Mario Draghi, chefe do banco central, acrescentou que as discussões sobre o futuro do programa de compras de ativos do banco aconteceriam no outono.
4. Números preliminares do PIB do 2.º tri no Reino Unido.
O Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês) deve divulgar seus dados preliminares sobre o crescimento econômico do Reino Unido no segundo trimestre na próxima quarta-feira às 05h30 (horário de Brasília).
O relatório deverá revelar que a economia cresceu 0,3% nos três primeiros meses encerrados em 30 de junho após ter crescido 0,2% no período anterior de três meses. Em taxa anualizada, a economia britânica deverá crescer 1,7% no segundo trimestre, desacelerando a partir do crescimento de 2,0% no trimestre anterior.
Comentários de Andy Haldane, economista-chefe do Banco da Inglaterra, na próxima terça-feira também estarão em foco.
Alguns decisores do banco central inglês começaram a pedir taxas mais altas de juros nos próximos meses devido a um aumento recente na inflação, que foi causa, em grande parte, pela queda no valor da libra após a decisão do Brexit no ano passado.
5. Índice de preços ao consumidor da Austrália no segundo trimestre
A Austrália deverá divulgar dados sobre a inflação dos preços ao consumidor no segundo trimestre às 22h30 (horário de Brasília) da próxima quarta-feira. Os dados deverão mostrar que a inflação caiu 0,4% no período de abril a junho após ter subido 0,5% nos três primeiros meses do ano.
A média ponderada do IPCI, que exclui os itens 30% mais voláteis do cálculo amplo do IPC, deverá subir 0,5%.
Philip Lowe, dirigente do Banco da Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês), deverá fazer um discurso intitulado "O mercado de trabalho e política monetária" em almoço da Anika Foundation, em Sydney, logo após a divulgação dos dados do IPC.
As atas da reunião de julho do RBA publicadas na semana passada revelaram que o banco central passou a ter uma perspectiva econômica mais otimista, citando uma melhora no mercado de trabalho, investimento público mais forte e uma recuperação no consumo das famílias.
O mercado de futuros agora aposta em 24% de chances de um aumento dos juros até dezembro, subindo a partir de 8% anteriormente.
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