Taxas curtas fecham em alta e curtas em baixa após Fed e antes do Copom

Publicado 07.05.2025, 16:53
Atualizado 07.05.2025, 16:55
© Reuters. Chair do Federal Reserve, Jerome Powelln19/03/2025nREUTERS/Nathan Howard

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a quarta-feira com leves ganhos na ponta curta e leves perdas na ponta longa da curva a termo, com investidores à espera da decisão sobre juros do Banco Central, no início da noite, e digerindo comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, após os juros seguirem estáveis nos EUA.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 -- um dos mais líquidos no curto prazo -- estava em 14,735%, ante o ajuste de 14,699% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,01%, em alta de 5 pontos-base ante o ajuste de 13,961%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,69%, em baixa de 3 pontos-base ante 13,72% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,73%, ante 13,757%.

Os investidores no Brasil operaram à espera dos dois principais eventos do dia: a decisão sobre juros do Fed, à tarde, e do BC brasileiro, no início da noite.

Pela manhã as taxas dos DIs chegaram a sustentar ganhos em todos os vencimentos, mas à tarde o desenho da curva era de leve desinclinação, com alta na ponta curta e baixa na longa -- ainda que em movimentos contidos.

A desinclinação seguiu mesmo depois de o Fed anunciar a manutenção de sua taxa de juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, como era largamente esperado, e Powell fazer uma série de alertas sobre o cenário econômico. Em entrevista coletiva, ele afirmou que a incerteza é tão grande neste momento que o banco central dos EUA não pode fazer mudanças nos juros para lidar com o rumo que a economia possa estar tomando.

"Não é uma situação em que possamos ser preventivos porque, na verdade, não sabemos qual será a resposta correta aos dados até que vejamos mais dados", disse.

O chair do Fed avaliou ainda que, caso os aumentos de tarifas de importação anunciados pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sejam mantidos, será possível ver uma inflação mais alta e um nível de emprego mais baixo. O controle da inflação e a geração de empregos são justamente os dois mandatos perseguidos pelo Fed.

“O Fed mergulhou em uma situação quase impossível, na qual seus dois mandatos provavelmente seguirão direções opostas”, comentou Seema Shah, estrategista-chefe global da Principal Asset Management.

“Cortes de juros serão necessários, mas, cada vez mais, parece que o Fed terá que esperar até o final do terceiro trimestre para que se abra uma janela de oportunidade”, acrescentou.

Após a decisão e os comentários de Powell, os rendimentos dos Treasuries de curto prazo tinham altas leves, enquanto os longos cediam. No Brasil, o desenho da curva era semelhante, com investidores à espera do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

No fechamento desta quarta-feira a curva brasileira precificava 77% de chances de alta de 50 pontos-base da Selic, hoje em 14,25%, contra 23% de probabilidade de elevação de 25 pontos-base. No mercado de opções de Copom da B3 (BVMF:B3SA3), a precificação na terça-feira -- atualização mais recente -- era de 73,00% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic (ante 76,00% na sessão anterior), 25,00% de chances de alta de 25 pontos-base (ante 21,00%) e 1,30% de possibilidade de manutenção (1,50% na véspera).

“Estamos em compasso de espera. Ontem, ainda víamos cerca de 20% de probabilidade precificada de alta de apenas 25 pontos-base da Selic hoje.Os 50 não é dado, mas a chance é bastante elevada. Se o BC der apenas 25, isso indicaria fim do ciclo da Selic”, avaliou o head de renda fixa da Manchester Investimentos, Rafael Sueishi.

“Se der 50, o BC sinaliza que há espaço para mais uma alta residual em junho, porque os bancos centrais geralmente desaceleram (a alta de juros) antes de parar”, pontuou.

Mais do que a decisão em si, o mercado estará atento ao comunicado do Copom, em busca de pistas sobre a Selic em junho.

No exterior, às 16h38, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento -- caía 4 pontos-base, a 4,277%.

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