Investing.com - A disputa comercial entre os EUA e a China é um dos principais temas econômicos no mercado financeiro global em 2018 e deverá seguir dominando o noticiário no próximo ano.
Criada e promovida pessoalmente por Donald Trump, a crise entre as duas maiores potências globais começa a ter impactos mensuráveis na economia real com queda nos índices de confiança e números de comércio na China e aumento de preços e arrefecimento da economia norte-americana.
A disputa que começou em março com a imposição pelos EUA de tarifas sobre aço e alumínio a diversos países se intensificou em abril com a imposição de 25% de sobretaxa sobre US$ 50 bilhões de importações chinesas, medida imediatamente retaliada por Xi Jinping. Em julho, Trump anunciou mais 10% de taxas sobre US$ 200 bilhões adicionais de produtos, e na sequência ameaçou elevar essa alíquota para 25% e acrescentar a sobretaxa em outros US$ 250 bilhões de importações caso a China voltasse a retaliar. Em paralelo, as negociações entre os países falharam seguidas vezes.
Em meio a sinais de que a economia dos dois países pode sentir o impacto da guerra comercial, Trump e Jinping se reuniram no G20 e os países informaram um cessar-fogo de 90 dias sem, contudo, oferecerem mais detalhes sobre o acordo.
A lufada de confiança que empurrou o mercado na segunda-feira logo após o anúncio perdeu fôlego já no dia seguinte, quando Trump voltou a ameaçar a China em um tuíte. O presidente dos EUA disse que faria um acordo se fosse possível, mas recorreria a tarifas se as negociações fracassassem e se atribuiu o apelido de “homem-tarifa”.
Na quarta-feira, a prisão no Canadá e pedido de extradição para os EUA de Meng Wanzhou, vice-presidente financeira da chinesa Huawei Technologies e filha do presidente-executivo e fundador da empresa, assustou o mercado global. O movimento visto como bastante agressivo do governo norte-americano estaria ligada a violações das sanções impostas ao Irã e atinge uma empresa muito representativa da disputa entre China e EUA.
A forte ligação da Huawei com o Partido Comunista e o receio de que equipamentos da companhia estejam sendo desenhados com falhas propositais para dar acesso à espionagem chinesa levou ao banimento de compras governamentais de países, entre eles EUA. O passado de suspeita de plágio de tecnologia de empresas norte-americanas também pesa sobre a avaliação da empresa. Entenda aqui porque a empresa é tão controversa no Ocidente.
Os países, contudo, seguem publicamente defendendo que estão muito confiantes em um acordo.
Na sexta-feira, Trump voltou a se pronunciar sobre as conversas com a China em seu Twitter, dizendo que as negociações “estão indo muito bem”.
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