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Por Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - O Azerbaijão e a Armênia assinaram um acordo de paz mediado pelos EUA nesta sexta-feira, durante uma reunião com o presidente dos EUA, Donald Trump, que impulsionará os laços econômicos bilaterais após décadas de conflito.
O acordo entre os rivais do sul do Cáucaso -- supondo que se mantenha -- seria uma conquista significativa para o governo Trump, que certamente abalará Moscou, que vê a região como parte de sua esfera de influência.
"Há muito tempo -- 35 anos -- eles lutaram e agora são amigos, e serão amigos por muito tempo", disse Trump em uma cerimônia de assinatura na Casa Branca, onde estava ladeado pelo presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e pelo primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan.
A Armênia e o Azerbaijão estão em conflito desde o final da década de 1980, quando Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa do Azerbaijão habitada em sua maioria por armênios étnicos, separou-se do Azerbaijão com o apoio da Armênia. O Azerbaijão retomou o controle total da região em 2023, fazendo com que quase todos os 100.000 armênios étnicos do território fugissem para a Armênia.
Trump disse que os dois países haviam se comprometido a parar de lutar, abrir relações diplomáticas e respeitar a integridade territorial um do outro.
O acordo inclui direitos exclusivos de desenvolvimento dos EUA para um corredor de trânsito estratégico através do sul do Cáucaso que, segundo a Casa Branca, facilitaria maiores exportações de energia e outros recursos.
Trump disse que os Estados Unidos assinaram acordos separados com cada país para expandir a cooperação em energia, comércio e tecnologia, incluindo inteligência artificial.
Ele disse que as restrições também foram suspensas na cooperação de defesa entre o Azerbaijão e os Estados Unidos.
Ambos os líderes elogiaram Trump por ajudar a acabar com o conflito e disseram que o indicariam para o Prêmio Nobel da Paz. "Então, quem, se não o presidente Trump, merece o Prêmio Nobel da Paz?", disse Aliyev.
Trump tem tentado se apresentar como um pacificador global nos primeiros meses de seu segundo mandato. A Casa Branca atribui a ele a intermediação de um cessar-fogo entre o Camboja e a Tailândia e o fechamento de acordos de paz entre Ruanda e a República Democrática do Congo, e entre o Paquistão e a Índia.
Entretanto, ele não conseguiu acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia ou com o conflito de Israel com o Hamas em Gaza.
Autoridades dos EUA disseram que o acordo foi elaborado durante várias visitas à região e forneceria uma base para trabalhar em direção a uma normalização completa entre os países.
Autoridades seniores do governo disseram aos repórteres que o acordo marcou o primeiro fim de vários conflitos congelados na periferia da Rússia desde o fim da Guerra Fria e disseram que ele enviaria um sinal poderoso para toda a região.
O acordo de paz pode transformar o sul do Cáucaso, uma região produtora de energia vizinha à Rússia, Europa, Turquia e Irã, atravessada por oleodutos e gasodutos, mas marcada por fronteiras fechadas e conflitos étnicos de longa data.
(Reportagem de Andrea Shalal; reportagem adicional de Christian Martinez e Costas Pitas)