Por Kanishka Singh
WASHINGTON (Reuters) - O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que imporia tarifas adicionais à China se a China avançar contra Taiwan, informou o Wall Street Journal.
"Eu diria: Se vocês forem para Taiwan, sinto muito por fazer isso, vou cobrar impostos de vocês, de 150% a 200%", disse o ex-presidente dos EUA em uma entrevista ao WSJ publicada na noite desta sexta-feira.
Trump, perguntado se usaria força militar contra um bloqueio da China a Taiwan, disse que não chegaria a esse ponto porque o presidente chinês, Xi Jinping, o respeitava.
"Eu tinha um relacionamento muito forte com ele", disse Trump. "Eu não precisaria (usar força militar), porque ele me respeita e sabe que sou louco pra c***", disse ele na entrevista.
A China reivindica Taiwan, governada democraticamente, como seu próprio território e nunca renunciou ao uso da força para colocar a ilha sob seu controle. Taiwan se opõe veementemente às reivindicações de soberania da China.
Trump, como parte de seu esforço para conquistar eleitores na eleição de 5 de novembro, na qual ele enfrenta a vice-presidente democrata Kamala Harris, lançou planos para tarifas gerais de 10% a 20% sobre praticamente todas as importações, bem como tarifas de 60% ou mais sobre produtos da China, em medidas que, segundo ele, impulsionariam a produção dos EUA.
Durante seu mandato como presidente, do início de 2017 ao início de 2021, a abordagem agressiva de Trump em relação à China foi ressaltada por ondas de tarifas que mergulharam os dois países em uma guerra comercial que movimentou os mercados em todo o mundo.
Na entrevista ao Wall Street Journal, Trump também falou sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, repetindo sua afirmação de que, se ele ainda estivesse no cargo, o presidente russo, Vladimir Putin, não teria conduzido a invasão.
"Eu disse a Putin: 'Vladimir, temos uma ótima relação. ... Vladimir, se você for atrás da Ucrânia, eu vou bater em você com tanta força que você nem vai acreditar. Vou bater em você bem no meio da maldita Moscou'", disse Trump ao falar sobre uma interação anterior com Putin.