Investing.com – Enquanto o segundo semestre do ano passado foi de mudança de tendência nos juros, com turbulências distintas, incluindo tensões de guerras e perspectivas inflacionárias americanas, dez temas deve ser o centro das atenções dos investidores em 2024, na opinião do banco Itaú (BVMF:ITUB4). Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, a instituição financeira elencou os principais temas que serão vistos de perto neste ano:
- Perspectivas de pouso suave na economia americana
Investidores estarão atentos aos próximos indicadores que podem demonstrar se a economia dos Estados Unidos poderá passar pelo processo de desinflação sem que ocorra uma recessão. Os fundamentos das famílias e das companhias estariam sólidos, segundo o Itaú. - Inflação global em processo de arrefecimento
O banco ressalta que países desenvolvidos passaram a registrar queda mais clara em seus núcleos de inflação, que estariam abaixo de picos. No entanto, a inflação de serviços segue resiliente e continua como um dos principais entraves. - Mudanças nas perspectivas para juros nos Estados Unidos
A expectativa do Itaú, assim como o consenso de mercado, é de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, inicie o ciclo de cortes nas taxas de juros, as fed funds, em março deste ano. Uma atividade resiliente poderia, no entanto, limitar o tamanho do ciclo. - Europa e estagflação
O banco projeta que o Banco Central Europeu inicie cortes nas taxas de juros em abril deste ano, enquanto investidores estarão atentos se a economia que compõe a região dos países que adotam o euro como moeda poderá escapar da estagflação. - Estímulos na China e impactos na economia
Os impactos dos estímulos governamentais na economia do gigante asiático serão olhados de perto por analistas de todo o mundo. O Itaú espera que a meta de crescimento, que deve ser anunciada em março, será novamente próxima de 5%, como foi em 2023. O resultado em 2024 tende a ser de 4,7%, segundo a instituição financeira. A China precisaria encontrar outro motor de crescimento, tendo em vista que as inovações atuais não parecem ser o suficiente. - Banco Central do Japão e política monetária ultrafrouxa
Uma possível volta à normalidade para “escapar da armadilha dos juros negativos” também está no foco deste ano. “Negociações salariais da primavera podem ser gatilho para mudança de regime de política monetária. Risco é inflação já estar desacelerando, como em outros países”, detalha o banco. - Resiliência de emergentes
A perda de fôlego da economia chinesa não levou a revisões semelhantes sobre as perspectivas dos emergentes, mas restam incertezas se esta resiliência deve continuar neste ano. - Desdolarização
Após anúncio de transações em outras moedas, o banco ressalta que a exposição da China a ativos americanos e uso do dólar como moeda em transações não parece ter sofrido grandes alterações. - Geopolítica: guerras e eleições
O ano será de eleições em uma série de países, mas a mais importante será nos Estados Unidos, com expectativa de um novo embate entre Joe Biden e Donald Trump. Além disso, a continuidade de conflitos entre Israel e Hamas, além de Rússia e Ucrânia, continuam em pauta. - Ai e produtividade
A adoção e os impactos da inteligência artificial nas economias globais tendem a ser desigual entre os países, afirma o banco. “Adoção pode ser temporariamente desinflacionaria, principalmente em serviços por redução de custos”, conclui.
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