Alta em nota de crédito do país abre caminho para redução de prêmio de risco, dizem fontes da Fazenda

Publicado 02.10.2024, 11:17
Atualizado 02.10.2024, 11:20
© Reuters. Edifício do Ministério da Fazenda, em Brasílian14/02/2023nREUTERS/Adriano Machado

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - A elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody's evidencia que o prêmio de risco na curva de juros local não reflete os fundamentos do país e, portanto, deve ser reduzido, disseram autoridades do Ministério da Fazenda à Reuters nesta quarta-feira.

Após a elevação, na terça-feira, do rating do Brasil para Ba1, de Ba2, deixando o país a apenas um nível de recuperar o grau de investimento, o dólar abriu a sessão desta quarta em queda de 1% frente ao real.

Enquanto isso, os juros futuros estavam sendo negociados em baixa, embora ainda acima de 12% para vencimentos mais longos -- níveis que muitos economistas consideram altos e insustentáveis no longo prazo.

Falando sob condição de anonimato, uma autoridade do ministério disse que a ação da Moody's, tomada em meio a forte ceticismo do mercado sobre a perspectiva fiscal do Brasil refletido nos preços dos ativos, ajudaria a restaurar a normalidade.

“A mudança, com ‘outlook’ positivo, começará a estimular entrada de não residentes que sempre se antecipam ao grau de investimento”, disse.

“Ficando crível que recuperaremos a nota em 2026, em 2025 o movimento deve se acentuar.”

Uma segunda autoridade observou que o atual pessimismo do mercado reflete o que é frequentemente uma visão “ideológica” das finanças públicas sob a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Autoridades da Fazenda têm constantemente enfatizado que o Brasil continua comprometido com o cumprimento da meta de eliminar seu déficit primário neste ano e no próximo, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB).

O azedamento do mercado se intensificou recentemente em meio a medidas do governo consideradas controversas na contabilização de isenções fiscais e novas receitas, o que levantou preocupações entre especialistas sobre a credibilidade do novo arcabouço fiscal do país e a trajetória de endividamento público.

A dívida bruta do Brasil aumentou 4,1 pontos percentuais no acumulado deste ano, chegando a 78,5% do PIB em agosto.

Na terça-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o prêmio de risco da curva de juros no Brasil parecia “exagerado” em comparação com seus pares, cujas economias também não estão gerando superávits primários.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.