Por Jorgelina do Rosario e Andrea Shalal
BUENOS AIRES/WASHINGTON (Reuters) - Altos funcionários do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos e do Tesouro norte-americano visitarão a Argentina nesta semana, em um importante sinal de apoio dias após a posse do presidente libertário Javier Milei, disseram à Reuters quatro pessoas familiarizadas com o assunto.
O vice-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Pyle, estará em Buenos Aires na quarta-feira, de acordo com três fontes que pediram para não ser identificadas porque a programação da viagem ainda não é pública.
A principal autoridade internacional do Tesouro dos EUA, Jay Shambaugh, viajará para Buenos Aires no final desta semana, disseram duas das fontes acima e mais uma, acrescentando que ele tentará se reunir com empresas de lítio do país.
Michael Kaplan, outro funcionário do Tesouro, também deve viajar para a Argentina, disseram duas fontes.
Os planos não foram relatados anteriormente. Visitas de alto nível dos Estados Unidos são incomuns em um estágio tão inicial de governo, e ocorrem no momento em que Milei enfrenta um enorme desafio para resolver a pior crise econômica do país em décadas.
No mês passado, Milei se reuniu com o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, em Washington. A secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, liderou uma delegação norte-americana a Buenos Aires para a posse do presidente argentino no último domingo.
"Isso faz parte de uma série contínua de compromissos bilaterais de alto nível", disse uma das fontes.
O diretor sênior do Conselho de Segurança Nacional para o Hemisfério Ocidental, Juan Gonzalez, disse à Reuters durante uma entrevista em Buenos Aires antes da posse de Milei: "Queremos mostrar que estamos aqui para apoiar esse governo". Ele se recusou a confirmar as outras visitas.
Tanto Shambaugh quanto Kaplan se reuniram com o ministro das Finanças de Milei, Luis Caputo, e com o chefe de gabinete do novo presidente, Nicolás Posse, em Washington, no final de novembro.
Milei, um novato político que se beneficiou de uma onda de raiva contra o sistema devido à alta inflação e ao aumento da pobreza, adotou uma postura pró-EUA e pró-Israel durante sua campanha eleitoral.
A Argentina é um grande exportador de grãos, o quarto maior produtor de lítio para baterias elétricas e tem enormes reservas de petróleo e gás de xisto em sua formação Vaca Muerta. O país também tem um programa de 44 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI), sediado em Washington.