Por Alexander Marrow
MOSCOU (Reuters) - O banco central da Rússia manteve sua principal taxa de juros em 7,5% nesta sexta-feira, encerrando um ciclo de corte de juros de meses, ao destacar um aumento nas expectativas de inflação e alertar sobre os efeitos pró-inflacionários de longo prazo da mobilização militar parcial da Rússia.
Imediatamente após Moscou enviar suas forças armadas para a Ucrânia em 24 de fevereiro, o banco central elevou sua taxa básica de 9,5% para 20%, a fim de mitigar os riscos à estabilidade financeira.
Desde então, cortou os juros seis vezes e omitiu orientações futuras em sua reunião anterior em setembro sobre o estudo da necessidade de reduções futuras. A manutenção da taxa está em linha com uma previsão de analistas consultados pela Reuters nesta semana.
"As expectativas de inflação de famílias e empresas são altas e cresceram ligeiramente em relação aos meses de verão", disse o banco central em comunicado.
"O Banco da Rússia avalia que a mobilização parcial servirá como um impedimento à demanda do consumidor e à inflação no horizonte dos próximos meses. No entanto, seus efeitos subsequentes serão pró-inflacionários, pois aumenta as restrições do lado da oferta".
O presidente Vladimir Putin ordenou uma "mobilização parcial" de centenas de milhares de homens no mês passado para a campanha militar na Ucrânia.
A inflação, cuja meta do banco central é de 4%, ficou em 12,9% em 24 de outubro, segundo o Ministério da Economia. O banco central ajustou sua previsão de inflação no final do ano para entre 12% e 13%, ante 11% a 13%.
"De acordo com a previsão do Banco da Rússia, dada a orientação da política monetária, a inflação anual cairá para entre 5% e 7% em 2023 para retornar a 4% em 2024."
(Reportagem de Alexander Marrow)