Investing.com – A crise energética continua sendo um dos principais problemas na Europa, embora o pior cenário provavelmente seja evitado, graças a um inverno mais moderado, permitindo que os estoques europeus fiquem bem abastecidos para enfrentar o resto do período de frio.
Entretanto, muitos acreditam que a energia, de forma geral, e o gás natural, em particular, continuarão sendo um dos maiores entraves para a Europa e outras partes do mundo no futuro.
O perigo da guerra na Ucrânia é “extraordinário”, afirma CEO do JPMorgan
Quem corrobora essa avaliação é o CEO do JPMorgan Chase (NYSE:JPM), Jamie Dimon, que destacou os perigos da guerra na Ucrânia e seus impactos nos mercados energéticos.
"O perigo dessa guerra é extraordinário”, declarou Dimon em uma entrevista ao programa “Face the Nation” da CBS, veiculado no domingo.
Em sua visão, a calmaria do mercado terá vida curta, explicando que, “ao que tudo indica, os europeus conseguirão se esquivar desse problema do óleo e gás neste inverno. Mas a questão ainda deve perdurar por muitos anos”.
De acordo com o executivo, a guerra na Ucrânia ainda pode durar vários anos, e quanto mais tempo o conflito se prolongar, pior será a segurança energética na Europa.
“Se eu estivesse no governo, provavelmente diria que teremos que nos preparar para uma piora da situação. Espero que isso não aconteça, mas sem dúvida iria me preparar para algo muito pior”, complementou.
“Os europeus estão aterrorizados. Os preços da energia estão muito acima dos praticados nos EUA, o que está prejudicando o consumo e afetando as empresas”.
O executivo acrescentou que “isso acabou de começar”, alertando que “a dor e o sofrimento ainda vão piorar bastante”.
Dimon defende um “Plano Marshall de energia”
Ele disse que os governos e as empresas de energia deveriam investir mais em infraestrutura, a fim de evitar uma crise mais grave no ano que vem.
Referindo-se à ajuda americana à Europa durante os esforços de reconstrução do continente no período pós-Segunda Guerra Mundial, Dimon chegou inclusive a defender um “Plano Marshall de energia”, no intuito de viabilizar investimentos em recursos renováveis, bem como em combustíveis fósseis, diante do “subinvestimento em petróleo e gás”.
Embora Dimon tenha reconhecido que muitos países estão se afastando dos combustíveis fósseis em favor de fontes de energia mais limpa, ele acredita que “a oferta de petróleo e gás barata, confiável e segura” é essencial para manter em baixa os preços da eletricidade.
“Para mim, para resolvermos a questão climática, provavelmente precisaremos de todas essas fontes energéticas”, declarou. “O gás é a melhor forma de reduzir o uso do carvão, bem como as emissões de CO2”, explicou.
Por fim, é preciso lembrar que, de acordo com a CNN e outras agências de notícias, o mais alto executivo do JP Morgan já aventou a ideia de um “Plano Marshall” de energia junto à Casa Branca em março deste ano.