BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu nesta terça-feira, após o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, que o crescimento da atividade econômica naturalmente colocará pressão sobre o risco hidrológico que o país vivencia.
"Isso é uma dimensão de (Ministério de) Minas e Energia, eles estão atentos a isso, estão tomando as providências que acham cabíveis. Agora, nós vamos crescer, e isso, naturalmente, vai botar alguma pressão", afirmou Guedes quando questionado sobre uma eventual crise hídrica no país.
De acordo com ele, a atual conjuntura mostra que o país precisa privatizar a Eletrobras (SA:ELET3).
"O setor elétrico brasileiro está em um imbróglio que foi criado em governos passados. E agora temos também o problema do regime de chuvas, não controlamos isso, é uma variável completamente inesperada."
Autoridades do governo reuniram-se, na tarde desta terça-feira, para discutir uma eventual crise hídrica que tem pressionado o sistema de geração de energia do país. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou um "gabinete de situação" para monitorar as condições de suprimento.
Na semana passada, o governo emitiu alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro em cinco Estados, que se seguiu ainda ao registro das piores chuvas em 91 anos entre setembro e maio, informou o Ministério da Agricultura.
ATIVIDADE ECONÔMICA
Na manhã desta terça, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB brasileiro cresceu 1,2% no primeiro trimestre frente aos três meses imediatamente anteriores e retomou o patamar pré-pandemia, embora o ritmo de alta tenha perdido força.
"Eu não gosto de parecer otimista, sou sempre muito realista, e quando digo que Brasil está surpreendendo, é porque o grande desafio de transformar uma recuperação cíclica, baseada em consumo, em uma retomada do crescimento sustentável baseada em investimentos, o Brasil parece que vai enfrentar esse desafio, e vai vencer esse desafio", disse Guedes.
Em sua fala, elencou a vacinação em massa, a manutenção da agenda estrutural de reformas do governo e a trajetória da dívida pública como proporção do PIB como fatores que justificam o êxito da atividade econômica no primeiro trimestre deste ano.
(Por Gabriel Ponte)