Lucro do BB tomba 60% no 2º tri; banco reduz payout para 30%
Investing.com – O CEO do JPMorgan Chase (JPM), Jamie Dimon, alertou nesta semana que os estímulos fiscais e monetários implementados durante a pandemia já perderam força e que a economia dos Estados Unidos pode enfrentar o risco de recessão nos próximos meses. Segundo Dimon, há sinais de enfraquecimento nos indicadores econômicos, com possibilidade de deterioração nos dados reais em breve.
Em declarações feitas durante conferência organizada pelo Morgan Stanley (MS), o executivo reconheceu que os dados recentes de emprego e consumo ainda apontam crescimento, mas avaliou que os riscos prospectivos aumentaram consideravelmente. Para Dimon, a redução do impulso proveniente das políticas de estímulo torna a economia mais vulnerável.
O CEO destacou que as políticas de tarifas comerciais implementadas durante a gestão Trump contribuíram para abalar a confiança tanto de consumidores quanto de empresários, o que tem comprometido a previsibilidade do ambiente econômico. Dimon acrescentou que os dados de pesquisas de opinião, tanto de consumidores quanto de empresas, oferecem utilidade limitada nesse cenário. “Nem consumidores, nem empresários conseguem antecipar pontos de inflexão”, afirmou.
Segundo ele, o melhor desfecho possível seria um "pouso suave" da economia, ou seja, uma desaceleração controlada do crescimento sem entrada em recessão. No entanto, esse cenário, na visão de Dimon, tornou-se menos provável nas condições atuais.
Ele também previu uma possível queda no nível de emprego, acompanhada de uma leve aceleração da inflação. Para que o ajuste seja bem-sucedido, seria necessário que essas mudanças ocorram de forma gradual. Do contrário, o risco seria de uma desaceleração mais acentuada, o que aumentaria a pressão sobre os formuladores de política econômica.
Dimon chamou atenção ainda para a redução nos níveis de imigração, fator que, segundo ele, contribui para o atual cenário de complexidade econômica nos EUA. Ele argumentou que a migração desempenha papel essencial no mercado de trabalho e que a queda no fluxo migratório tende a tornar mais visíveis desafios como a escassez de mão de obra qualificada.
O executivo defendeu que os imigrantes têm papel importante tanto no lado da oferta, ao manter o mercado de trabalho ativo, quanto na demanda, ao sustentar o consumo. Nesse contexto, as restrições na política migratória limitam a resiliência da economia. Dimon concluiu que alterações nesse campo podem ter impactos estruturais mais amplos sobre o crescimento, especialmente no médio e longo prazos.