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“Entrada da Arábia Saudita no Brics acelera decadência do dólar”, diz ex-congressista americano

Publicado 11.09.2023, 10:22
© Reuters
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Investing.com -- O ex-congressista dos EUA e renomado analista econômico Ron Paul falou sobre a perda de influência do dólar como moeda de reserva mundial em um artigo publicado recentemente.

Ele apontou que os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) expandiram o grupo para incluir seis novos membros: Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Segundo ele, isso foi feito com o propósito de enfraquecer a base do poder dos EUA, que é o dólar como moeda de referência global.

Ron Paul também citou que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, propôs que os países do Brics criem sua própria moeda, e a Índia tem incentivado seus parceiros comerciais, incluindo a Rússia, a usar rúpias indianas em vez de dólares nas transações comerciais.

Ron destacou ainda que a China e outros países do Brics estão avaliando o uso do ouro em vez do dólar nas transações internacionais, uma possibilidade reforçada pelo aumento das aquisições do metal pelo país asiático nos últimos meses.

No entanto, Ron Paul enfatizou que após os Acordos de Bretton Woods e o abandono do padrão-ouro, "Henry Kissinger negociou um acordo com a Arábia Saudita pelo qual, em troca de apoio diplomático e militar dos Estados Unidos, passaria a usar dólares em suas transações no mercado internacional de petróleo".

Ele destacou que esse "petrodólar" é a espinha dorsal do status de moeda de reserva do dólar e que questionar esse fato pode ter profundas consequências para a divisa americana.

Ron Paul também mencionou que, recentemente, a Arábia Saudita concordou em aceitar a moeda brasileira em vez do dólar para compras de petróleo, e se isso se tornar uma tendência com outros países do Brics, pode acelerar o declínio do dólar como moeda de reserva.

Além disso, Ron Paul observou que a "militarização" do dólar como moeda de reserva, com os EUA usando sua posição para impor sanções a outros países, também está levando à rejeição da divisa. Segundo ele, "o governo americano usa a posição de moeda de reserva do dólar para forçar outros países a cumprir as sanções americanas", sendo o exemplo mais recente as sanções contra a Rússia devido à sua invasão da Ucrânia.

Por fim, o ex-parlamentar mencionou a crescente dívida dos EUA, que atualmente está em US$ 33 trilhões e deve aumentar para US$ 115 trilhões nos próximos 30 anos. Isso, juntamente com a recusa do Congresso e do presidente em reduzir os gastos, está contribuindo para o desinteresse pelo dólar.

Ron Paul acredita que um “choque”, como a rejeição do status de moeda de reserva do dólar, poderia ser necessário para forçar os EUA a tomar medidas para acabar com sua dependência dos gastos excessivos, das guerras e da moeda fiduciária.

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