Investing.com – O mais recente relatório de empregos no EUA (payroll), excluindo o setor agrícola, mostrou um aumento de 114.000 postos de trabalho no último mês, um número inferior às expectativas dos economistas, o que provocou uma queda nos mercados acionários.
MAIS DETALHES: Payroll abaixo do previsto com 114 mil vagas não-agrícolas, desemprego sobe a 4,3%
Esse resultado indica uma desaceleração no ritmo de criação de empregos comparado aos meses anteriores, levantando dúvidas sobre a robustez do mercado de trabalho.
Além disso, a taxa de desemprego aumentou para 4,3%, um sinal de que o mercado de trabalho pode estar perdendo força. A combinação de uma criação de empregos menor e o aumento da taxa de desemprego suscitou preocupações de uma possível desaceleração econômica mais acentuada.
Em resposta aos desapontadores números do payroll, os mercados de ações registraram quedas significativas, com o Nasdaq recuando mais de 3%, o S&P 500 perdendo mais de 2% e o Dow Jones declinando cerca de 1,5% até o momento deste relatório.
Os investidores responderam rapidamente aos dados de emprego mais fracos que o esperado, temendo que estes possam indicar problemas econômicos mais amplos no horizonte. A queda nas ações reflete uma crescente preocupação sobre o futuro crescimento econômico.
Reações dos analistas de Wall Street após payroll
Em comentários sobre o relatório, o Bank of America (NYSE:BAC) mencionou que o "desempenho fraco do emprego em julho, juntamente com outros indicadores fracos, como o relatório de manufatura do ISM, sugere um possível corte nas taxas em setembro".
A instituição também ajustou sua expectativa para a taxa de juros final do próximo ciclo para 3,25-3,5%, 25 pontos-base abaixo do previsto anteriormente, antecipando uma desaceleração econômica mais rápida do que o Federal Reserve ou eles próprios esperavam.
A Evercore ISI destacou que os resultados do payroll foram substancialmente mais fracos do que o antecipado.
"Os dados do mercado de trabalho estão agora em foco," comentou a empresa, prevendo que o Fed provavelmente fará cortes nas taxas de juros três vezes em 2024 — em setembro, novembro e dezembro — para garantir um "pouso suave" da economia.
Além disso, eles agora veem como realista um corte inicial de 50 pontos-base em setembro, indicando uma resposta agressiva se o mercado de trabalho mostrar mais sinais de fraqueza.
O Jefferies afirmou que os novos dados proporcionam ao Fed uma oportunidade para reduzir as taxas em setembro.
"Estamos ajustando nossa projeção para refletir um corte de 25 pontos-base em setembro e outro em dezembro. Depois disso, esperamos que o Fed adote uma postura de 'esperar para ver'", disse a empresa.
Já o Piper Sandler declarou: "Acreditamos que alcançamos um ponto em que taxas de juros mais baixas não impulsionam mais os mercados acionários," analisaram os especialistas do banco.
"Esperamos que, daqui para frente, haja uma correlação positiva entre as taxas de juros e os preços das ações."
Por fim, o BMO comentou que, após os dados recentes, "o Indicador de Recessão Sahm Rule ultrapassou o limiar de 0,50, historicamente um sinal de que a economia dos EUA pode estar entrando nos estágios iniciais de uma recessão".
"Há muitos dados a serem revelados até a reunião do Fomc em 18 de setembro, mas se a tendência de enfraquecimento do emprego se confirmar em agosto, o argumento para um corte de 50 pontos-base se fortalecerá," acrescentou o BMO, mantendo, por ora, a perspectiva de um corte de 25 pontos-base.