Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- O Federal Reserve colocou a ideia de uma recessão novamente na agenda, e os investidores estudarão os preços ao produtor e as reivindicações de desemprego para obter mais pistas sobre a saúde da economia dos EUA. Em outro lugar, as ações do gigante chinês do comércio eletrônico Alibaba caíram após um relatório que afirma que a Softbank está prestes a despejar a maior parte de sua participação. Em agenda na China, o presidente brasileiro participa da posse da presidência do Banco dos Brics e defende transações comerciais sem usar o dólar.
Aqui está o que você precisa saber nesta quinta-feira, 13.
1. Recessão em pauta
Sinais de que Inflação nos Estados Unidos está esfriando proporcionou aos investidores um impulso na quarta-feira, mas muito dessa boa vontade evaporou após a ata da última reunião do Federal Reserve mostrar que os formuladores de políticas agora esperam uma "recessão leve" este ano.
Os funcionários do Fed expressaram preocupação com a saúde dos bancos regionais do país, sugerindo que os próximos passos poderiam depender das condições de crédito.
Entretanto, é importante lembrar que a última reunião do Fed foi realizada quando a crise bancária em grande parte desencadeada pelo colapso do Silicon Valley Bank estava em pleno fluxo, e as condições estão menos estressadas agora.
Os grandes relatórios de ganhos bancários dos EUA, a partir de sexta-feira, serão estudados ainda mais cuidadosamente do que antes, mas antes disso vêm mais dados sobre a inflação na forma de preços ao produtor, que devem ser moderados a partir da mesma época do ano passado, e pedidos de desemprego, que devem ser mais altos do que na semana anterior.
Os futuros dos EUA foram negociados marginalmente mais altos na quinta-feira, já que os investidores digeriram os preços de resfriamento ao consumidor, bem como a possibilidade de uma recessão no final do ano.
Às 8h03 (de Brasília), o contrato Dow futuros ganhava 0,02%, S&P 500 futuros 0,09%, e Nasdaq 100 futuros subia 0,18%.
Os investidores têm mais dados sobre inflação para estudar na quinta-feira na forma de preços ao produtor em março, bem como reclamações semanais de desemprego, mas a atividade pode ser limitada antes do início da temporada de ganhos trimestrais na sexta-feira, com os principais bancos assumindo a liderança.
Em outros lugares, a Delta Air Lines (NYSE:DAL) deve reportar seus números trimestrais, e os analistas escutarão o que a companhia aérea diz sobre custos de mão-de-obra e combustível e demanda de viagens.
2. Alibaba cai com o relatório da venda de participações Softbank
As ações do Alibaba (HK:9988) (NYSE:BABA) caíram drasticamente na Ásia no início da quinta-feira depois que um relatório no Financial Times indicou que o SoftBank (TYO:9984) (OTC:SFTBY) planeja abandonar quase toda sua participação no gigante chinês do comércio eletrônico.
A casa de investimentos japonesa lutou com uma grave queda em sua participação em tecnologia durante o ano passado, e anteriormente usou sua participação em Alibaba para gerar caixa. Ela já gerou pouco mais de US$ 7 bilhões com as vendas de ações da Alibaba este ano, após uma venda recorde de US$ 29 bilhões em 2022.
Este novo movimento deixaria a Softbank com uma participação em Alibaba de menos de 4%, tendo em certo ponto controlado até 34%.
O anúncio feito pela Alibaba no mês passado de planos para dividir o enorme conglomerado em seis unidades havia sido bem recebido, aumentando o preço de suas ações após a prolongada fraqueza causada por cerca de dois anos de intenso escrutínio regulatório por parte do governo chinês.
3. As exportações da China registram aumento surpresa
As exportações chinesas aumentaram inesperadamente no mês passado, oferecendo o otimismo de que a segunda maior economia do mundo pode se recuperar rapidamente das restrições causadas pela severa política de Covid zero do país.
As Exportações em março subiram 14,8% em relação a um ano atrás, quebrando cinco meses consecutivos de queda, com as autoridades chinesas citando a crescente demanda por veículos elétricos para o salto surpresa.
Os investidores agora procuram ver como esta melhoria será sustentável, dada a desaceleração econômica esperada nos principais mercados de exportação dos EUA e da União Europeia no segundo semestre do ano.
4. Petróleo no aguardo do relatório mensal da OPEP
Os preços brutos são negociados em baixa na quinta-feira, com o Fed falando sobre uma possível recessão tirando a vantagem do recente comício.
Às 8h04 (de Brasília), os preços futuros do petróleo dos EUA caíram 0,58% a US$82,78 por barril, enquanto o contrato Brent caiu 0,63% a US$86,78 por barril.
A proximidade com a liberação do relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo também alertou para a cautela.
Isto deve ser feito mais tarde na sessão e espera-se que forneça mais pistas sobre a demanda e oferta de petróleo bruto após o cartel ter inesperadamente cortado a produção no início deste mês.
Ambos os índices de referência subiram 2% na quarta-feira para seu ponto mais alto em mais de um mês, já que o arrefecimento dos dados da inflação nos Estados Unidos estimulou as esperanças de que o Federal Reserve deixasse de subir taxas de juros.
Os traders ignoraram em grande parte um aumento inesperado nos inventários no petróleo bruto dos EUA, já que a maior parte deste aumento foi impulsionado por uma liberação da Reserva Estratégica de Petróleo.
5. Lula na China
Em agenda na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se afastou de temas polêmicos para o gigante asiático, como direitos humanos, geopolítica mundial e a situação de Taiwan, considerada pelos chineses como parte de seu território. O petista defendeu que as transações comerciais realizadas entre os dois países que fazem parte dos Brics não sejam realizadas em dólar.
Lula participou da posse da ex-presidente Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos Brics, que é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo o presidente, “o sonho de criar os Brics era para um instrumento de desenvolvimento, que certamente será forte, na perspectiva de beneficiar os países”, disse no Twitter.
Lula ainda visitou o centro de desenvolvimento de tecnologia da Huawei, que fornece tecnologia 4G e 5G para o Brasil. A companhia foi considerada inimiga pelo governo dos Estados Unidos e teve atuação considerada de alto risco para a segurança nacional americana por supostamente permitir espionagem chinesa.
“A empresa fez uma apresentação sobre 5G e soluções em telemedicina, educação e conectividade. Um investimento muito forte em pesquisa e inovação”, completou Lula na rede social.
Às 8h04 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,37% no pré-mercado.
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