Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os investidores se preparam para novos dados sobre a inflação dos EUA, que podem afetar as decisões de política do Federal Reserve, enquanto os resultados trimestrais dos grandes bancos estão prontos para iniciar extraoficialmente a temporada de lucros do segundo trimestre. Em outros lugares, os preços ao produtor na China caem em seu ritmo mais acentuado desde 2015 e os preços ao consumidor ficam à beira da deflação, lançando dúvidas sobre a saúde da economia. No Brasil, Câmara dos Deputados aprova projeto que reestabelece voto de desempate do governo em decisões de órgão que é última instância no julgamento de questões tributárias.
1. Dados de inflação dos EUA e lucros bancários destacam a agenda semanal
Os novos números da inflação dos EUA devem ser o principal evento do calendário econômico desta semana, enquanto os resultados dos grandes bancos americanos darão início à divulgação dos lucros do segundo trimestre.
Espera-se que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de junho da maior economia do mundo aumente 3,1% ao ano, o que seria o mais lento desde março de 2021. Em um mês a mês, estima-se que ele acelere ligeiramente para 0,3%. Enquanto isso, a leitura do núcleo, que é observada de perto pelos formuladores de políticas do Federal Reserve, é vista aumentando 5,0% ano a ano e 0,3% na base mensal.
Assim como ocorreu com os dados do mercado de trabalho na semana passada, espera-se que esses números influenciem o pensamento das autoridades do Fed, que fizeram da contenção da inflação elevada um objetivo central da recente campanha de um ano de aperto das políticas do banco central.
Em outros lugares, o Citigroup (NYSE:C), o JPMorgan Chase (NYSE:JPM) e o Wells Fargo (NYSE:WFC) divulgarão seus retornos trimestrais na sexta-feira. Os analistas destacaram que os gigantes do setor bancário podem ser atingidos pelo maior aumento nas perdas com empréstimos desde a pandemia da Covid-19.
Os futuros de ações em Wall Street caíram na segunda-feira, com os investidores aguardando a divulgação dos números da inflação dos EUA e uma lista de lucros de grandes bancos nesta semana.
Às 8h02 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia caído 0,21%, o S&P futuros perdeu 0,04%, e o Nasdaq 100 futuros subia 0,11%.
Os principais índices terminaram a semana de negociações anterior no vermelho, após dados mistos do mercado de trabalho, que foram amplamente interpretados como uma indicação de que o Federal Reserve provavelmente revelará um novo aumento da taxa de juros, conforme esperado, em sua próxima reunião de política no final deste mês.
Na sexta-feira, o índice de referência S&P 500 caiu 0,29%, o índice de base ampla Dow Jones Industrial Average caiu 0,55% e o índice Nasdaq Composto caiu 0,13%.
2. Aumentam as pressões de deflação na China
Os preços de fábrica na China registraram a maior queda em mais de sete anos em junho, enquanto os preços ao consumidor flertaram com a deflação, no mais recente sinal de lentidão na segunda maior economia do mundo.
De acordo com dados do Escritório Nacional de Estatísticas na segunda-feira, preços ao produtor caiu 5,4% ao ano no mês passado, a queda mais acentuada desde 2015 e mais acentuada do que as estimativas dos analistas de uma redução de 5,0%. A demanda interna e externa enfraqueceu.
Além disso, o IPC ficou estável em relação ao ano anterior devido a uma queda acelerada nos preços da carne suína. O número, que se esperava que aumentasse 0,2%, foi o mais lento desde 2021.
As impressões digitais reforçaram a especulação de que o banco central da China continuará a reduzir as taxas de juros e a revelar novas medidas de estímulo para ajudar a fornecer combustível para a recuperação pós-pandêmica do país.
3. Ações do Alibaba são impulsionadas quando a China multa o Ant Group, aliviando as preocupações regulatórias
As ações do Alibaba Group Holding Ltd (HK:9988), listadas em Hong Kong, fecharam em alta na segunda-feira, impulsionadas pela esperança de que uma multa chinesa aplicada ao seu braço de fintech Ant Group ponha fim a anos de escrutínio regulatório.
Na sexta-feira, as autoridades chinesas aplicaram uma penalidade no valor de US$ 984 milhões à Ant, que foi desmembrada pelo Alibaba (NYSE:BABA) há mais de uma década. O gigante do comércio eletrônico mantém uma participação de 33% no negócio.
Na sequência do anúncio, a Ant disse que embarcaria em um programa de recompra de ações de até US$ 6 bilhões em um valuation de US$ 78,5 bilhões - cerca de 70% abaixo do nível apresentado pela empresa em uma oferta pública inicial agora cancelada.
A Ant abandonou seu IPO em 2020, marcando o início de uma repressão corporativa por Pequim que levou à incerteza sobre as regras que regem algumas das maiores empresas do país.
4. Petróleo cai devido a preocupações com a demanda chinesa
Os preços do petróleo caíram na segunda-feira, já que os fracos dados da inflação chinesa geraram novas preocupações sobre a incipiente recuperação econômica do maior importador de petróleo do mundo.
Às 8h02, os futuros do petróleo dos EUA foram negociados 0,80% mais baixos, a US$73,27 por barril, enquanto o contrato do Brent caiu 0,71%, para US$77,91 por barril.
Ambos os índices de referência ganharam mais de 4% na semana passada - atingindo seus níveis mais altos desde maio - graças, em grande parte, ao fato de os maiores exportadores de petróleo do mundo, Arábia Saudita e Rússia, terem anunciado planos para aprofundar os cortes de fornecimento em agosto.
Essas reduções esperadas ajudaram a limitar as perdas decorrentes dos dados chineses, de acordo com analistas citados pela Reuters.
5. Câmara aprova voto de desempate do governo nas decisões do Carf
A Câmara dos Deputados aprovou na última sexta-feira, 07, o projeto de lei que prevê voto de desempate de representante da Fazenda Nacional no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), instância final de julgamento de situações tributárias. A medida ainda deve ser apreciada no Senado.
Os parlamentares aprovaram texto substitutivo do relator, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), que incorpora parcialmente acordo realizado entre o governo federal e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – incluindo diminuição de multas e juros para o pagamento de dívidas.
Desde 2020, o voto de desempate havia sido invertido a favor do contribuinte e, de acordo com o Ministério da Fazenda, a estimativa é de que cerca de R$ 59 bilhões ao ano deixariam de ser exigidos desde então.
Às 8h03 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) perdia 0,37% no pré-mercado.