Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – O presidente dos EUA, Joe Biden, afirma que os legisladores estão realizando conversas produtivas sobre o aumento do teto da dívida, mas um acordo final permanece indefinido, com um possível calote a poucos dias de distância. Em outros lugares, um indicador de inflação observado de perto pelo Federal Reserve deve ser divulgado, enquanto o debate gira em torno da possibilidade de a OPEP+ reduzir a produção de petróleo em sua próxima reunião. No Brasil, segue impasse sobre exploração de petróleo na Margem Equatorial.
1. Progresso no teto da dívida, mas ainda não há acordo
A Câmara dos Deputados dos EUA foi suspensa para o recesso do Memorial Day e o Senado não está em sessão, mas os legisladores estão agora em prontidão para retornar a Washington se um acordo puder finalmente ser alcançado nas tensas negociações sobre o teto da dívida.
O presidente Biden disse na quinta-feira que houve progresso em suas negociações em andamento com o principal republicano da Câmara, Kevin McCarthy, acrescentando que seus assessores continuarão a se reunir. Mas McCarthy enfatizou que nenhum acordo foi garantido ainda, com ambos os lados em um impasse sobre as propostas de gastos.
Biden e McCarthy estão cada vez mais perto de chegar a um acordo que elevaria o limite de empréstimo de US$ 31,4 trilhões por dois anos e limitaria os gastos na maioria dos itens, de acordo com um relatório da Reuters citando uma autoridade americana não identificada.
O acordo, no entanto, não é definitivo e precisaria da aprovação rápida do Congresso para que o governo federal evitasse um possível calote. O Departamento do Tesouro sinalizou que poderia ficar sem fundos para pagar suas dívidas já em 1º de junho, um evento que ameaça mergulhar a economia dos EUA em uma recessão e abalar os mercados globais.
Os futuros das ações dos EUA oscilaram nesta sexta-feira, com os investidores avaliando as perspectivas para as negociações do teto da dívida e de olho na divulgação de dados de inflação observados de perto pelas autoridades do Federal Reserve.
Às 8h (de Brasília), o S&P 500 futuros subia 0,18%, o Nasdaq 100 futuros estava em alta de 0,19% e o contrato Dow futuros ganhava 0,31%.
As ações em Wall Street se recuperaram amplamente na sessão anterior, depois que uma previsão de alta da gigante da fabricação de chips Nvidia (NASDAQ:NVDA) convenceu os investidores a aumentar suas apostas em empresas de inteligência artificial. O índice de referência S&P 500 ganhou 0,88%, enquanto o índice de alta tecnologia Nasdaq Composite teve um salto de 1,71%.
Em outros lugares, as ações da Intel (NASDAQ:INTC), que alguns observadores consideraram como uma possível retardatária na corrida da IA, caíram 5,52% e pesaram sobre o Dow Jones Industrial Average.
2. No aguardo do PCE
A medida de inflação preferida do Fed deve ser divulgada na sexta-feira, somando-se a uma série de dados econômicos recentes que persuadiram alguns investidores a começar a reavaliar suas previsões para a trajetória futura da taxa de juros do banco central.
Espera-se que o índice de preços núcleo das despesas básicas de consumo pessoal (PCE) de abril aumente 4,6% ao ano e 0,3% mês a mês, igualando-se às leituras de março.
Enquanto isso, o índice de preços PCE cheio é visto crescendo 3,9%, arrefecendo em relação aos 4,2% registrados em março. Os economistas projetam que o valor mensal aumentará 0,4%, acelerando em relação ao 0,1% anterior.
As autoridades do Fed declararam que prestam atenção especial ao núcleo porque ele remove itens mais voláteis, como energia e alimentos.
Ainda é incerto se os formuladores de políticas optarão por dar uma pausa em uma longa campanha de aumento das taxas em sua próxima reunião, em junho. Na quinta-feira, a divulgação dos dados de pedidos de auxílio-desemprego, que vieram abaixo do que o previsto, e uma revisão para cima dos números do primeiro trimestre do Produto Interno Bruto (PIB) estimularam as apostas de que o Fed pode, em vez disso, continuar com seu ciclo de aperto com o objetivo de controlar a inflação elevada.
3. Preços do ouro instáveis em meio a discussões sobre o teto da dívida
Os preços do ouro subiram na sexta-feira, recuperando-se de uma queda no início da sessão, com o metal amarelo impulsionado por uma queda do dólar, já que os investidores estavam nervosos com as negociações sobre o teto da dívida.
Às 8h (de Brasília), o ouro spot subia 0,66%, para US$ 1.953,62 por onça, enquanto o ouro futuros com vencimento em junho ganhava 0,50%, para US$ 1.953,45 por onça.
Apesar do aumento, o metal ainda permanece em curso de queda pela terceira semana consecutiva. O ouro sofreu uma forte reversão em relação aos recordes de alta atingidos no início de maio, já que a diminuição das preocupações com uma crise bancária imediata afetou seu status de moeda porto-seguro.
4. Petróleo sobe com o debate em torno de um possível corte de produção da OPEP+
Os preços do petróleo subiram na sexta-feira, após a fraqueza da sessão anterior, com a Rússia minimizando a perspectiva de novos cortes na produção da OPEP+ em sua reunião do próximo mês.
O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, disse na quinta-feira que não espera novas medidas do grupo dos principais produtores na reunião de 4 de junho, o que enfraqueceu os comentários do ministro saudita da Energia, o príncipe Abdulaziz bin Salman, no início da semana, de que os vendedores a descoberto deveriam "tomar cuidado".
Às 8h (de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA subiram 0,77%, para US$ 72,38 por barril, enquanto o contrato do Brent ganhou 0,56%, para US$ 76,69.
Ambos os índices de referência estavam no caminho certo para registrar pequenos ganhos esta semana, com sinais de aperto na oferta e melhoria da demanda de combustível nos EUA, o maior consumidor de petróleo do mundo.
5. Petrobras reapresenta pedido para exploração na Margem Equatorial (BVMF:EQTL3)
Continua o impasse a respeito da exploração de petróleo na Margem Equatorial, com concentração de bacias que podem alavancar a produção da Petrobras (BVMF:PETR4).
Após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negar o pedido da estatal para perfurar um poço na foz do Amazonas, a Petrobras reapresentou nesta quinta, 25, o pedido para obtenção da licença ambiental.
Nesta semana, o presidente, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com os ministros de Minas e Energia e Meio Ambiente, com claras posições antagônicas, o que pode atrasar uma conclusão.
Os resultados conquistados em outros países que exploram regiões próximas, como a Guiana, fazem a petroleira brasileira considerar a região que se estende por mais de 2.200 km ao longo da costa como a que “tem potencial para garantir a demanda energética do país”.
Às 8h (de Brasília), as ADRs da Petrobras (NYSE:PBR) subiam 0,26% no pré-mercado a US$11,78. Já o ETF EWZ (NYSE:EWZ) apresentava estabilidade.