Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quarta-feira

Publicado 09.04.2025, 08:17
© Reuters

Investing.com – Os mercados mundiais seguem instáveis nesta quarta-feira, em meio à deterioração das expectativas com relação ao comércio internacional.

A implementação de uma nova rodada de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou as incertezas sobre o crescimento global e pressionou diversos ativos de risco.

Nos EUA, os investidores monitoram ainda os primeiros balanços corporativos do segundo trimestre e aguardam a divulgação da ata do Federal Reserve.

No Brasil, destaque para dados de produção industrial e vendas no varejo.

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1. Índices futuros dos EUA caem

Os índices futuros das ações dos EUA operavam em queda no início desta quarta-feira, após uma sessão marcada por forte volatilidade na véspera.

Por volta das 8 h de Brasília, o Dow Jones recuava 1,72% (640 pontos), enquanto o S&P 500 e o Nasdaq 100 cediam 1,44% e 1,11%, respectivamente, no mercado futuro.

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

Na sessão anterior, os índices chegaram a subir com rumores de abertura para negociação por parte dos EUA, mas perderam força após autoridades da Casa Branca reafirmarem a imposição de uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses. A medida eleva a carga tarifária total aplicada à China para 104%. Pequim reagiu com veemência e prometeu responder à altura, o que deteriorou o apetite por risco.

O S&P 500 encerrou o pregão abaixo dos 5.000 pontos pela primeira vez em quase um ano, acumulando perdas superiores a US$ 5,8 trilhões desde o anúncio das tarifas em 2 de abril, pior sequência em quatro dias desde a criação do índice.

Apesar do impacto nos mercados, Trump manteve o tom combativo e afirmou que as tarifas são necessárias para corrigir desequilíbrios comerciais. Declarou ainda que diversos países estariam dispostos a negociar acordos e que conversas com Coreia do Sul, Japão e Vietnã devem ocorrer nos próximos dias.

A nova rodada de tarifas contra aliados e adversários passou a valer nesta quarta-feira. A medida amplia o conflito comercial e aumenta os temores de desaceleração sincronizada da economia global. O mercado permanece dividido sobre a real intenção da Casa Branca: se o pacote tarifário será um instrumento de pressão temporária ou uma mudança estrutural na política comercial norte-americana.

Traders também apontam o risco de que, mesmo com acordos pontuais, o impacto imediato nos preços e nas cadeias de produção globais já esteja contratado, o que torna os próximos meses ainda mais desafiadores.

2. Balanços no radar

Nesta quarta, o mercado acompanha os resultados da Delta Air Lines (BVMF:DEAI34) (NYSE:DAL) e da Constellation Brands (NYSE:STZ). A aérea já havia sinalizado fraco desempenho no trimestre e deve detalhar o impacto da menor demanda diante da deterioração macroeconômica. A Constellation, controladora de marcas como Modelo e Pacifico, reporta seus números após o fechamento dos mercados e pode oferecer pistas sobre o comportamento do consumidor frente ao novo cenário de preços.

Dados recentes mostram que o sentimento do consumidor norte-americano caiu em março, refletindo preocupações com finanças pessoais, emprego e inflação. Essa combinação tende a restringir gastos discricionários e amplia a possibilidade de desaceleração no consumo, embora os dados até agora não sinalizem uma recessão instalada.

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3. Expectativa pela ata do Fed

Os investidores aguardam a publicação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, marcada para esta tarde. Embora parte da atenção tenha se deslocado para a política comercial, o documento pode oferecer pistas sobre o posicionamento da autoridade monetária diante da incerteza crescente.

O banco central manteve os juros inalterados em março, mas indicou a possibilidade de dois cortes até o fim de 2025, mesmo com a revisão para cima das projeções de inflação. Com a recente escalada nas tarifas, analistas avaliam que o Fed poderá ter que agir mais rapidamente, caso o impacto nos preços e na atividade econômica se agrave.

4. Petróleo amplia perdas e renova mínimas

Os contratos de petróleo acentuam as perdas nesta manhã, atingindo os menores níveis em mais de quatro anos. O Brent recuava 6%, cotado a US$ 59,04 por barril, enquanto o WTI caía 6,23%, para US$ 55,87.

No início da semana, rumores de que o governo poderia pressionar a Petrobras (BVMF:PETR4) a baixar os preços dos combustíveis, em decorrência da queda dos preços do petróleo, fizeram as ações da companhia recuar.

A forte desvalorização acompanha o temor de retração na demanda global com o agravamento da disputa comercial entre Estados Unidos e China. Desde o anúncio do novo pacote tarifário, o petróleo acumula perdas de cerca de 20% — a maior queda em cinco dias desde março de 2022.

5. Produção industrial e vendas no varejo no Brasil

Na agenda de hoje, os investidores acompanharão o desempenho do setor industrial e de varejo no Brasil no mês de fevereiro, segundo dados do IBGE.

Em janeiro, a produção industrial ficou estável na comparação com dezembro, frustrando as expectativas do mercado, que projetavam avanço de 0,4%. O dado reforçou os sinais de perda de tração da atividade econômica. Na comparação anual, houve crescimento de 1,4%, enquanto o acumulado em 12 meses apontou alta de 2,9%.

No comércio varejista, as vendas recuaram 0,1% na passagem de dezembro para janeiro, contrariando a projeção de alta de 0,2%. Ainda assim, na comparação com janeiro de 2024, o setor registrou expansão de 3,1%, com avanço acumulado de 4,7% em 12 meses.

Os ativos brasileiros encerraram o pregão de ontem sob forte pressão, refletindo o agravamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O Ibovespa caiu 1,34%, aos 123.909 pontos, no quarto pregão consecutivo de baixa, afetado principalmente pelo desempenho negativo de Vale (BVMF:VALE3) e Petrobras, com os preços do minério de ferro e do petróleo em queda no exterior.

No mercado de juros, as taxas dos DIs avançaram em toda a curva, com destaque para os vencimentos intermediários e longos. O movimento acompanhou a alta firme do dólar ante o real e o avanço dos rendimentos das treasuries, em meio à percepção de que o Federal Reserve pode ser forçado a agir diante dos impactos inflacionários e recessivos das tarifas. O cenário externo mais adverso levou investidores a buscar proteção, elevando os prêmios exigidos nos contratos de juros futuros.

O dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,9985, em alta de 1,49%, renovando máximas desde janeiro e acumulando valorização de mais de 5% apenas nos primeiros dias de abril. A confirmação da tarifa de 104% pelos EUA sobre produtos chineses acentuou a aversão ao risco e fortaleceu o dólar frente a moedas de países exportadores de commodities, como o real.

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