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Investing.com — Os principais índices futuros das ações dos EUA operam em alta nesta quinta-feira, à medida que crescem as expectativas em torno de um possível acordo comercial entre Washington e Londres.
O Federal Reserve manteve os juros inalterados, mas alertas do presidente Jerome Powell sobre os impactos inflacionários da política tarifária norte-americana preocupam os mercados.
No Brasil, o mercado deve repercutir a decisão de juros do banco central e novos dados de inflação para o mês de abril.
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1. Futuros dos EUA em alta
Os contratos futuros dos principais índices acionários norte-americanos registravam avanço pela manhã. Às 8 h de Brasília, o Dow Jones subia 386 pontos (+0,94%), enquanto o S&P 500 ganhava 61 pontos (+1,10%) e o Nasdaq 100 avançava 288 pontos (+1,45%).
CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
Na véspera, os principais índices fecharam em território positivo após notícias de que os EUA poderiam suavizar as restrições à exportação de chips voltados à inteligência artificial. As ações de empresas do setor de semicondutores reagiram bem na reta final da sessão, em meio à espera pela decisão do Fed.
Entre os destaques corporativos, os papéis da Walt Disney (NYSE:DIS) subiram, contribuindo para o desempenho do Dow Jones, após a companhia divulgar resultados do segundo trimestre acima das projeções, além de sinalizar expectativas mais robustas, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador.
2. EUA devem anunciar acordo comercial com o Reino Unido
Segundo fontes da imprensa, o presidente Donald Trump pretende divulgar nesta quinta-feira os termos iniciais de um entendimento com o governo britânico. Esse seria o primeiro pacto formal costurado pela Casa Branca após a imposição de tarifas generalizadas a diversos parceiros comerciais.
De acordo com o Wall Street Journal, o acordo envolveria ajustes tarifários bilaterais. Em postagem nas redes sociais, Trump descreveu a negociação como um “grande acordo comercial com representantes de um país grande e altamente respeitado”, sugerindo que seria o primeiro de uma série.
O New York Times (NYSE:NYT) destacou que os dois países discutem a redução de tarifas britânicas sobre automóveis e produtos agrícolas dos EUA, bem como a eliminação de tributos sobre empresas de tecnologia norte-americanas.
Apesar da moratória de 90 dias em tarifas “recíprocas” mais rígidas, muitas taxas seguem em vigor, incluindo alíquotas de 10% e encargos sobre aço, alumínio e veículos.
3. Fed expressa preocupação com inflação e desemprego
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) decidiu manter a taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,5%. Durante coletiva de imprensa, Jerome Powell afirmou que a escalada tarifária promovida pela administração Trump tende a gerar pressões inflacionárias adicionais e a limitar a geração de empregos, combinação que se aproxima de um cenário de estagflação.
Embora várias das tarifas mais severas, com destaque para aquelas de 145% sobre importações chinesas, estejam suspensas até julho, os comentários de Powell sugerem que o Fed permanece atento à possibilidade de sua reativação ainda este ano.
A decisão de manter os juros ocorreu em meio a dados econômicos mistos: o PIB dos EUA mostrou retração no primeiro trimestre, contrastando com indicadores de consumo e mercado de trabalho que ainda demonstram resiliência.
Segundo Paul Ashworth, economista-chefe da Capital Economics para a América do Norte, a mais recente comunicação do Fed não sinalizou qualquer intenção de cortes adicionais de juros. Powell, por sua vez, reiterou que o contexto atual dificulta uma resposta clara em termos de política monetária.
4. Petróleo sobe com otimismo sobre conversas EUA-China
As cotações do petróleo operavam em alta, sustentadas pela expectativa de avanços nas negociações entre os EUA e a China. No momento da redação, os contratos futuros do Brent subiam 1,6%, a US$ 62,10 por barril, enquanto o WTI avançava 1,86%, a US$ 59,13 por barril.
CONFIRA: Cotação das principais commodities
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, tem encontro marcado neste fim de semana, na Suíça, com o principal conselheiro econômico do governo chinês. A reunião poderá abrir espaço para uma nova rodada de entendimento em torno da disputa comercial entre as duas maiores economias do planeta.
Enquanto isso, os preços do ouro recuavam levemente. A percepção de menor tensão geopolítica e a valorização do dólar reduziram a atratividade do metal precioso como instrumento de proteção.
5. Juros e inflação no Brasil
O mercado local deve repercutir hoje a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do banco central) de elevar a taxa básica de juros, além de mais números de inflação para o mês de abril, com a divulgação logo mais do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getulio Vargas, mais sensível a variações no câmbio e nos custos do atacado.
Ontem, o Copom elevou a Selic de 14,25% para 14,75%, em decisão unânime e alinhada às expectativas, sinalizando cautela diante do estágio avançado do ciclo de aperto monetário e das incertezas persistentes, sem indicar novas altas em junho.
O comunicado reforçou que a continuidade da política dependerá da evolução da inflação e de seus principais determinantes, e passou a tratar o cenário externo como "adverso", especialmente após o recente tarifaço dos EUA.
O balanço de riscos se tornou mais simétrico, com fatores altistas e baixistas ganhando relevo, e a projeção de inflação para 2026 foi revista para baixo.
Analistas divergem sobre um possível ajuste residual na próxima reunião, mas há consenso crescente de que o ciclo de alta está perto do fim, com os cortes entrando no radar para o fim do ano.
No calendário de hoje, também teremos a divulgação do IGP-DI para o mês de abril, muito semelhante ao IGP-M, diferindo apenas quanto ao período de coleta dos dados, que vai do primeiro ao último dia do mês de referência.
Em março, o IGP-DI recuou 0,50%, após alta de 1% em fevereiro, refletindo desaceleração nos três componentes do índice, com destaque para as quedas nos preços do minério de ferro, carne bovina, arroz, passagens aéreas e energia elétrica. O resultado veio ligeiramente abaixo da expectativa de queda de 0,47%.
A temporada de balanços por aqui também segue a todo vapor, e você pode acompanhar todas as divulgações neste link.