Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Os contratos futuros de ações em Wall Street estão em alta nesta segunda-feira, enquanto o debate se concentra na magnitude e rapidez dos potenciais cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, seguindo um relatório de empregos (payroll) mais fraco que o previsto.
No cenário corporativo, a Boeing (NYSE:BA) fechou um acordo preliminar com seu principal sindicato, evitando uma greve que poderia ser danosa para a fabricante de aeronaves. No Canadá, a Alimentation Couche Tard reafirma seu compromisso com a proposta de aquisição de US$ 38,5 bilhões pela Seven & i Holdings, dona da 7-Eleven, mesmo após a rejeição da oferta pela companhia japonesa na semana anterior.
No Brasil, os dados de inflação e as expectativas inflacionárias estão em foco, pois podem influenciar a próxima decisão sobre a política monetária.
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1. Índices futuros dos EUA sobem, com foco no Fed
Os futuros de ações dos EUA apontaram para uma abertura em alta nesta segunda, depois que as ações encerraram a sessão anterior em baixa, após um relatório de empregos de agosto que deixou os investidores incertos sobre o tamanho dos possíveis cortes nas taxas de juros do Federal Reserve no final deste mês.
Às 7h55 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia ganhado 0,67%, o S&P 500 futuros havia aumentado 0,72%, e o Nasdaq 100 futuros havia subido 0,83%.
Os principais índices de Wall Street caíram na sexta-feira, depois que os números da folha de pagamento não agrícola de agosto mostraram uma contínua desaceleração no mercado de trabalho dos EUA, praticamente garantindo que o Fed reduzirá os custos dos empréstimos em sua próxima reunião de dois dias, de 17 a 18 de setembro.
Durante a semana, o índice de referência S&P 500 e o índice de 30 ações Dow Jones Industrial Average registraram suas maiores quedas semanais desde março de 2023, enquanto o índice de alta tecnologia Nasdaq Composto registrou sua maior queda desde janeiro de 2022.
Em ações individuais, as ações da Broadcom (NASDAQ:AVGO) caíram 10,4% depois que a perspectiva de receita da fabricante de chips no quarto trimestre não atendeu às expectativas dos analistas. Outras ações de semicondutores também caíram.
As apostas dos investidores de que o Fed reduzirá as taxas em 25 pontos-base ficaram em 73% na manhã de segunda-feira, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group (NASDAQ:CME), monitorada de perto.
Enquanto isso, a probabilidade de um corte de 50 pontos-base estava em 27%, após um breve salto acima de 50% na sequência imediata dos dados de emprego. As probabilidades surgem em meio à incerteza contínua sobre como o banco central reagirá ao relatório de empregos.
"Houve o suficiente no relatório para manter os mercados em dúvida", disseram os analistas do ING em uma nota. Embora estejam projetando uma redução de 50 pontos-base, os analistas disseram que se tratava de uma "decisão de baixa convicção, feita com base no fato de que os temores em relação à inflação recuaram e o Fed vai querer se antecipar à fraqueza do mercado [de trabalho]".
Na sexta-feira, o governador do Fed, Christopher Waller, disse que "chegou a hora" de o Fed reduzir as taxas, mas permaneceu com a mente aberta sobre a profundidade e o ritmo dos cortes.
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2. Boeing chega a um acordo provisório com o maior sindicato
A Boeing (NYSE:BA) chegou a um acordo preliminar para um aumento salarial de 25% com seu maior sindicato, o que pode evitar uma greve prejudicial que ameaçava intensificar a pressão sobre a fabricante de aviões já em dificuldades.
Além do aumento salarial, o acordo de quatro anos proposto também promete a construção de um novo avião na região noroeste do Pacífico dos EUA, aprimoramento dos benefícios de aposentadoria e maior envolvimento do sindicato na qualidade dos jatos.
A liderança sindical, representando mais de 30.000 trabalhadores, recomendou a aprovação do acordo pelos membros. Contudo, se for rejeitado e dois terços dos votos forem favoráveis à greve, poderá ocorrer uma paralisação à meia-noite de sexta-feira.
Uma greve aumentaria a vigilância sobre o novo CEO da Boeing, Kelly Ortberg, que está empenhado em melhorar as finanças da empresa e restaurar sua reputação após o incidente com a falha do plugue da porta em janeiro.
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3. Couche-Tard solicita negociações com a Seven & i após a rejeição da oferta de aquisição anterior
A empresa canadense Alimentation Couche-Tard (TSX:ATD) afirmou que mantém seu compromisso com a proposta de aquisição da Seven & i Holdings (TYO:3382), mesmo após o proprietário japonês da rede 7-Eleven ter recusado uma oferta preliminar de 38,5 bilhões de dólares americanos.
Em declaração, a Couche-Tard expressou "alta confiança de que discussões colaborativas" resultariam em um acordo benéfico para os stakeholders da Seven & i. Na sexta-feira, a diretoria da Seven & i rejeitou a oferta de 14,86 dólares americanos por ação feita pela Couche-Tard, operadora da Circle-K, alegando que não atendia aos interesses de seus acionistas. A Seven & i também mencionou que a proposta da Couche-Tard, potencialmente a maior aquisição estrangeira de uma companhia japonesa, foi "estrategicamente planejada" e poderia enfrentar significativas barreiras antitruste nos Estados Unidos.
4. Preços do petróleo sobem
Os preços do petróleo subiram na segunda-feira, com os investidores de olho no impacto de um possível furacão na Costa do Golfo dos EUA e avaliando a reação do mercado ao relatório da folha de pagamento não agrícola da semana passada.
Às 7h55, o contrato Brent havia subido 0,84%, para US$71,66 por barril, enquanto os futuros do petróleo dos EUA (WTI) estavam sendo negociados em alta de 0,89%, a US$68,27 por barril. O Brent havia caído 10% no fechamento de sexta-feira para seu nível mais baixo desde dezembro de 2021, enquanto o WTI havia caído para sua marca mais baixa desde junho de 2023, de acordo com a Reuters.
O Centro Nacional de Perfurações dos EUA disse no fim de semana que um sistema meteorológico no Golfo do México deve se transformar em um furacão antes de atingir o noroeste da Costa do Golfo dos EUA - uma região crucial para a capacidade de refino americana.
Em outros lugares, a perspectiva de taxas de juros mais baixas também ajudou a sustentar o petróleo. Em teoria, uma queda nos custos de empréstimos poderia impulsionar a atividade econômica e estimular um aumento na demanda de petróleo.
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5. Inflação em foco no Brasil
Os investidores estarão atentos a dados de inflação oficiais, que serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça e podem embasar a próxima decisão de política monetária, que ocorre na próxima semana.
Ainda que o último Boletim Focus, divulgado na semana passada, tenha apontado para perspectiva de manutenção da taxa de juros Selic até o final do ano, mais agentes de mercado começaram a enxergar uma alta.
Assim, a agenda com Focus desta segunda e Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) serão monitorados de perto, em meio a pressões de preços e desancoragem das expectativas inflacionárias.
O período de silêncio do Banco Central inicia na quarta, recorda a Ativa Investimentos, “sendo a última oportunidade para expressar qualquer tipo de insatisfação coletiva com o apreçamento do mercado em relação às próximas reuniões do BC”. O economista-chefe Étore Sanchez completa que, “recentemente, o presidente da autoridade monetária mencionou que o apreçamento da ponta curta da curva está distante do que foi exposto na ata e no comunicado do último Copom”.
Às 7h57 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,17% no pré-mercado.
A Reuters contribuiu para esta matéria.