Investing.com – Os futuros das ações dos EUA indicavam uma abertura em baixa das Bolsas em Nova York, antes da divulgação dos resultados trimestrais de grandes bancos, como JPMorgan Chase (BVMF:JPMC34) (NYSE:JPM) e Wells Fargo (BVMF:WFCO34) (NYSE:WFC).
Ainda no cenário corporativo, a Berkshire Hathaway (BVMF:BERK34) (NYSE:BRKa), de Warren Buffett, reduz sua participação no Bank of America (BVMF:BOAC34) (NYSE:BAC) abaixo de um patamar importante.
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1. Futuros americanos em queda
Os futuros de ações dos EUA operavam em baixa nesta sexta-feira, enquanto os investidores aguardavam uma série de resultados trimestrais de grandes bancos de Wall Street e avaliavam novos dados de inflação.
Às 8h25 de Brasília, o Dow Jones recuava 29 pontos, ou 0,07%, enquanto o S&P 500 caía 14,6 pontos, ou 0,25%, e o Nasdaq 100 perdia 62,8 pontos, ou 0,31%, no mercado futuro.
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Os principais índices encerraram a sessão anterior em baixa após dados do Departamento do Trabalho mostrarem um aumento nos preços ao consumidor em setembro superior ao esperado. Além disso, os pedidos iniciais de seguro-desemprego na semana passada superaram as expectativas dos economistas.
Esses dados surgem enquanto o Federal Reserve busca conduzir um "pouso suave" para a economia dos EUA, no qual a inflação elevada seria controlada sem provocar uma forte desaceleração no mercado de trabalho ou na atividade econômica em geral. O Fed reduziu a taxa de juros em 50 pontos-base no mês passado, argumentando que era necessário para sustentar a demanda por trabalho em um contexto de alívio nas pressões inflacionárias.
Após os novos dados, o mercado precificava cerca de 86% de chance de que o banco central adote uma redução mais modesta de 25 pontos-base em sua próxima reunião, em novembro, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. Havia aproximadamente 14% de probabilidade de que o Fed mantivesse os custos de empréstimo inalterados na faixa de 4,75% a 5,00%.
2. Expectativa de resultados de bancos de Wall Street
O foco do mercado estará nos resultados de JPMorgan Chase e Wells Fargo nesta sexta-feira, que devem iniciar a nova temporada de balanços do setor bancário dos EUA.
A expectativa é que os bancos reportem uma queda nos lucros do terceiro trimestre, refletindo um possível declínio na receita líquida de juros devido à redução dos custos de empréstimos. A receita líquida de juros, que mede a diferença entre o que os bancos pagam pelos depósitos e ganham com empréstimos, havia sido impulsionada nos últimos anos pela elevação agressiva das taxas de juros pelo Fed para conter a inflação.
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Por conta disso, as previsões dos bancos devem ser um ponto central para os investidores, especialmente com o Fed possivelmente iniciando um ciclo de flexibilização após uma série de aumentos de juros. Mais cortes nas taxas podem reduzir a receita líquida de juros, embora possam estimular o aumento do crédito e das fusões e aquisições.
Paralelamente, analistas preveem que as unidades de banco de investimento dessas instituições foram favorecidas por um aumento na emissão de dívidas e nas ofertas públicas iniciais. Um salto na volatilidade do mercado também deve ter impulsionado os segmentos de negociação, embora as receitas geralmente sejam mais fracas no terceiro trimestre em comparação com o período anterior, segundo a Reuters, citando analistas da Moody's.
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3. Conglomerado de Buffett reduz participação no BofA
A Berkshire Hathaway (BVMF:BERK34), de Warren Buffett, vendeu mais uma parte de sua participação no Bank of America nesta semana, reduzindo sua fatia na instituição financeira dos EUA para menos de 10%.
A Berkshire se desfez de 9,5 milhões de ações, avaliadas em pouco mais de US$ 382 milhões, segundo um documento regulatório divulgado na quinta-feira.
Ao reduzir a participação para menos de 10%, as posses da Berkshire ficam abaixo de um limite importante estabelecido pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, o que exige que a conglomerado divulgue compras e vendas de ações em até dois dias úteis.
Isso significa que os investidores do Bank of America provavelmente precisarão esperar pelos relatórios financeiros trimestrais da Berkshire ou pelas divulgações de participações para saber se mais ações foram vendidas.
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4. Volatilidade no mercado de petróleo
Os preços do petróleo registravam volatilidade nesta sexta, embora permanecessem a caminho de registrar o segundo ganho semanal consecutivo, enquanto os investidores avaliavam o impacto dos danos causados por um furacão nos EUA e as tensões no Oriente Médio.
No momento da redação, o barril do Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), desvalorizava-se 0,82%, a US$ 78,75, enquanto o barril do Texas (WTI), referência nos EUA, recuava 0,79%, negociado a US$ 75,25.
Na semana, ambos os índices caminhavam para ganhos em torno de 1%.
Nos EUA, o furacão Milton causou destruição na Flórida, deixando milhões de pessoas sem energia. A destruição pode reduzir o consumo de combustível no maior produtor e consumidor de petróleo do mundo.
Além disso, os traders estavam apreensivos com uma possível escalada no conflito no Oriente Médio, especialmente se Israel atacar instalações petrolíferas iranianas.
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5. Governo aperta cerco contra “big techs” no Brasil
O Ministério da Fazenda propôs um conjunto de medidas para reforçar a regulação das grandes empresas de tecnologia no Brasil, as chamadas “big techs”. O intuito é combater práticas anticompetitivas.
Entre as iniciativas, destaca-se o fortalecimento do Cade, com a criação de uma unidade especializada no mercado digital, inspirada nos modelos regulatórios da Europa.
A proposta visa impor obrigações específicas a essas empresas, a fim de evitar o abuso de poder econômico, como o favorecimento de seus próprios produtos em lojas de aplicativos e restrição a serviços de mensageria de terceiros, sem interferir, entretanto, no conteúdo das plataformas.
(Com contribuição de Julio Alves)