Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Os futuros das ações norte-americanas subiam nesta sexta-feira, 25, com os investidores avaliando uma série de resultados corporativos e aguardando mais balanços.
Um juiz dos EUA bloqueia uma fusão multibilionária entre os grupos de luxo Tapestry e Capri, dando uma vitória aos órgãos reguladores federais que haviam entrado com uma ação judicial para impedir que o negócio fosse adiante.
A Mercedes Benz promete cortar custos, depois que a montadora de carros de luxo informou uma queda acentuada nos lucros, devido, em grande parte, à baixa demanda na China.
No Brasil, destaque para o balanço da mineradora Vale, afetado pelo preço do minério de ferro.
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1. Futuros americanos sobem com novos lucros trimestrais em foco
Os futuros das ações dos EUA subiam na sexta-feira, depois que o benchmark S&P 500 e o setor de tecnologia pesada Nasdaq Composto ganharam na sessão anterior, graças em grande parte a um aumento nas ações da Tesla (NASDAQ:TSLA).
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros, o S&P 500 futuros e o Nasdaq 100 futuros subiam em torno de 0,20%.
Na quinta-feira, o S&P 500 subiu 12 pontos, ou 0,2%, e o Nasdaq avançou 139 pontos, ou 0,8%, impulsionado por lucros melhores do que o esperado e uma perspectiva otimista da gigante de veículos elétricos Tesla. O preço das ações da empresa subiu 21,9%, acumulando mais de US$ 140 bilhões em sua capitalização de mercado.
O rendimento de 10 anos do Tesouro dos EUA também recuou de uma alta de três meses atingida na quarta-feira, reforçando ainda mais o sentimento em relação às ações, disseram os analistas. Em geral, os rendimentos se movem de forma inversa aos preços.
"Os rendimentos dos EUA provavelmente tiveram um ajuste para baixo após a recente venda do Tesouro", disseram analistas do ING em uma nota.
Os investidores terão a chance de analisar os resultados trimestrais das empresas na sexta-feira, com o avanço da temporada de lucros.
O grupo de produtos de consumo Colgate-Palmolive (NYSE:CL) e a varejista automotiva AutoNation (NYSE:AN) devem apresentar seus relatórios, assim como a Yankee Candle e a Rubbermaid, proprietária da Newell Brands.
Após o fechamento do pregão de quinta-feira, as empresas de calçados Deckers Outdoor Corporation (NYSE:DECK) e Skechers (NYSE:SKX) divulgaram lucros e vendas sólidos, enquanto o provedor de serviços financeiros Capital One (NYSE:COF) superou as expectativas de renda por ação e revelou provisões menores.
Os mercados têm monitorado de perto os retornos das empresas, o que poderia fornecer alguma justificativa para as avaliações cada vez mais altas das ações dos EUA.
CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
2. A Tapestry foi impedida de adquirir a Capri
O acordo de fusão de US$ 8,5 bilhões entre as empresas de luxo norte-americanas Tapestry (NYSE:TPR) e Capri (NYSE:CPRI) foi bloqueado por um juiz dos EUA, o que representa uma vitória para os órgãos reguladores federais que entraram com um processo para impedir que a união fosse adiante no início deste ano.
Após um julgamento de oito dias em Nova York, a juíza Jennifer Rochon decidiu a favor do pedido da Comissão Federal de Comércio (FTC) para suspender o negócio para que ela possa realizar seus próprios procedimentos oficiais.
A FTC argumentou que a fusão provavelmente "diminuirá substancialmente a concorrência" no mercado de bolsas de luxo acessíveis e permitirá que a entidade combinada aumente os preços para os consumidores.
As ações da Capri, proprietária da Versace, perderam mais da metade de seu valor nas negociações após o expediente, enquanto a Tapestry, controladora da Coach , subiu 12%.
A decisão "ressalta as enormes pressões regulatórias que a América corporativa enfrenta quando se trata de fusões e aquisições com as políticas antitruste agressivas da atual FTC/[Departamento de Justiça]", disseram os analistas da Vital Knowledge.
ACOMPANHE: Calendário da temporada de balanços
3. Mercedes-Benz lucro cai
O lucro do terceiro trimestre da Mercedes Benz Group AG (ETR:MBGn) caiu mais da metade, com a montadora alemã de carros de luxo destacando "tempos difíceis" marcados pela queda nas vendas de veículos elétricos e pela fraca demanda na China.
No período de julho a setembro, o lucro líquido despencou 53,8%, chegando a 1,7 bilhão de euros, prejudicado principalmente por uma queda de 13% nas vendas na China, o maior mercado automotivo do mundo. A receita de todo o grupo caiu 6,7%, chegando a 34 bilhões de euros.
As vendas no trimestre atual devem ficar "próximas" dos números do terceiro trimestre, informou a empresa.
A empresa, que se juntou às rivais Volkswagen (ETR:VOWG_p) e BMW (ETR:BMWG) na redução de suas perspectivas anuais antes dos lucros, acrescentou que "intensificará todos os esforços para aumentar a eficiência e melhorar os custos em toda a empresa".
As ações da Mercedes-Benz caíram mais de 2% no início do pregão europeu.
VEJA: Cotações das commodities
4. Petróleo sobe
Os preços do petróleo subiram na sexta-feira, no caminho para um ganho semanal, já que as tensões no Oriente Médio, rico em petróleo bruto, garantiram que um prêmio de risco permanecesse no mercado.
Às 8h, o contrato Brent subiu 0,70%, para US$ 74,90 por barril, enquanto os futuros do petróleo dos EUA (WTI) foram negociados 0,70% mais altos, a US$ 70,69 por barril.
Autoridades norte-americanas e israelenses devem reiniciar as negociações para um cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza nos próximos dias, mas as esperanças não são grandes, uma vez que várias tentativas anteriores de chegar a um acordo fracassaram.
5. Vale apresenta balanço trimestral
A mineradora Vale (BVMF:VALE3) reportou um lucro líquido de US$ 2,412 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 15% em relação ao dado de igual intervalo do ano passado.
Os lucros foram impactados pela retração na cotação do minério e provisões relacionadas ao desastre ambiental de Mariana (MG), informou a Vale. No release de resultados, o CEO, Gustavo Pimenta, reforçou que a mineradora apresentou, no entanto, maior produção de minério em mais de cinco anos.
A companhia apresentou uma receita líquida de US$9,55 bilhões, uma queda anual de 10%. Analistas consultados pelo Investing.com estimavam em torno de US$9,481 bilhões.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado da Vale somou US$3,62 bilhões, uma diminuição anual de 18%.
A Vale ainda revisou projeções e passou a estimar um custo all-in de cobre entre US$2.900 e US$3.300/ton neste ano.
Às 8h (de Brasília), as American Depositary Receipts (ADRs) da Vale (NYSE:VALE)subiam 1,43% no pré-mercado, a US$10,64.