Fique por dentro das principais notícias do mercado desta sexta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 20.06.2025, 08:30
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros de ações dos Estados Unidos operavam em baixa nesta sexta-feira, em um cenário marcado pelo conflito no Oriente Médio e pela indefinição quanto ao envolvimento direto de Washington.

A Casa Branca informou que o presidente Donald Trump tomará uma decisão nas próximas duas semanas, enquanto diplomatas europeus tentam abrir canais de diálogo com o Irã.

O petróleo Brent recuava, mas seguia a caminho de uma terceira semana consecutiva de valorização, diante da preocupação com possíveis interrupções no fornecimento global.

No Brasil, o mercado deve reagir ao novo aumento da taxa básica de juros pelo banco central para o maior patamar em quase duas décadas.

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1. Futuros recuam em Wall Street com investidores atentos ao Oriente Médio

Os contratos futuros das bolsas de Nova York recuavam na manhã desta sexta-feira, com os investidores monitorando o oitavo dia de confrontos entre Israel e Irã.

Às 8h15 de Brasília, o Dow Jones futuro perdia 89 pontos (-0,2%), o S&P 500 cedia 10 pontos (-0,2%) e o Nasdaq 100 recuava 32 pontos (-0,1%).

Na véspera, os mercados americanos permaneceram fechados por conta de feriado nos EUA. No exterior, as bolsas caíram e o dólar se fortaleceu, com investidores buscando proteção em meio às incertezas sobre um eventual ataque dos EUA ao Irã.

Além do cenário geopolítico, o mercado digeria decisões recentes de política monetária de importantes bancos centrais, como o Banco da Inglaterra, o Norges Bank e o Banco Nacional Suíço. A leitura predominante foi de que a volatilidade nas diretrizes comerciais da administração Trump continua pesando sobre o cenário macro. Já o Federal Reserve manteve os juros estáveis na quarta-feira e sinalizou cautela nas próximas decisões.

2. Trump promete decisão sobre envolvimento militar em até duas semanas

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou na quinta-feira que o presidente Trump deverá anunciar nas próximas duas semanas se os EUA apoiarão militarmente Israel nos bombardeios contra o Irã.

Segundo Leavitt, a declaração reflete a expectativa de que ainda pode haver uma janela para negociações diplomáticas. Ela não respondeu se o governo pretende consultar o Congresso antes de qualquer eventual operação militar.

O mercado acompanha de perto qualquer indício de mudança na postura dos EUA. No início da semana, Trump declarou que “poderia ou não” atacar instalações nucleares iranianas.

O conflito teve início com ataques aéreos israelenses contra alvos nucleares iranianos, ação justificada por Israel como uma tentativa de frear o avanço do programa atômico de Teerã. O Irã respondeu com bombardeios e reiterou que seu programa tem fins pacíficos. Nenhum dos lados sinalizou disposição para recuar.

Ministros europeus de Relações Exteriores devem se reunir nesta sexta-feira em Genebra com o representante iraniano, em mais uma tentativa de contenção diplomática.

3. Preços do petróleo recuam, mas seguem em trajetória de alta semanal

Os contratos futuros do petróleo Brent recuavam nesta manhã, após os comentários da Casa Branca reduzirem temporariamente os temores de escalada imediata do conflito. Ainda assim, o Brent caminha para a terceira semana consecutiva de valorização.

No momento da redação, o barril do Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), caía 2,3%, negociado a US$ 77,22, enquanto o barril do Texas (WTI), referência nos EUA, subia 0,73%, a US$ 74,04, no mercado futuro.

Na quinta-feira, o petróleo avançou quase 3%, embora em sessão de liquidez reduzida devido ao feriado nos EUA. Desde o início dos ataques entre Israel e Irã, os preços vêm subindo, com receios de que o conflito se espalhe por outras áreas do Oriente Médio e afete a logística no Estreito de Hormuz, rota estratégica para o comércio global de petróleo.

Enquanto isso, o dólar perdeu força marginalmente. “Os mercados seguem avaliando o grau de probabilidade de um engajamento militar dos EUA”, escreveram analistas do ING em relatório enviado a clientes.

4. SoftBank propõe mega-hub de IA nos EUA com apoio de Trump e TSMC

O bilionário Masayoshi Son, fundador do SoftBank Group (TYO:9984), planeja construir um megacomplexo de manufatura e tecnologia de inteligência artificial nos EUA, em parceria com a TSMC e o governo Trump. A informação foi publicada pela Bloomberg News nesta sexta-feira.

O projeto, estimado em US$ 1 trilhão, prevê a instalação de unidades industriais capazes de rivalizar com o polo tecnológico de Shenzhen, na China, segundo fontes próximas aos planos de Son.

Batizado de “Project Crystal Land”, o centro incluiria linhas de produção dedicadas a robôs industriais com IA embarcada e tem como uma de suas metas repatriar cadeias de produção de alta tecnologia para solo americano — uma das prioridades da atual administração.

Ainda segundo a Bloomberg, Son teria iniciado conversas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, sobre possíveis incentivos fiscais, e estaria negociando a adesão de outras companhias de tecnologia ao projeto. A participação formal da TSMC ainda não foi confirmada.

5. Ativos brasileiros reagem à alta da Selic

Após a decisão de quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom) do banco central, o pregão desta sexta deve ser marcado por ajustes no câmbio, na bolsa e nos juros futuros diante do novo patamar da Selic a 15% ao ano.

De forma unânime, o Comitê elevou a taxa básica em 0,25 ponto percentual, sétima alta consecutiva, que agora atinge o maior nível desde junho de 2006.

Com o novo ajuste, a autoridade monetária deu sinais de que deve interromper o ciclo na próxima reunião, marcada para 30 de julho, a fim de avaliar os efeitos defasados do ciclo de aperto.

A decisão teve como objetivo central conter a inflação, que segue acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. O IPCA acumulado em 12 meses até maio foi de 5,32%, superando o teto de 4,5% definido para o ano. O BC reiterou que manterá os juros em nível restritivo por um período prolongado, com expectativa de que os efeitos sobre os preços apareçam de forma gradual nos próximos meses.

No comunicado, o Copom apontou uma série de fatores que continuam pressionando o cenário inflacionário. Entre eles, o ambiente externo adverso, marcado por incertezas em torno da política fiscal e comercial dos Estados Unidos, além da elevada volatilidade nos mercados financeiros globais. Internamente, o real depreciado, com o dólar ainda em torno de R$ 5,50, mantém o custo das importações elevado. Embora indicadores de atividade e emprego comecem a mostrar alguma desaceleração, a economia ainda apresenta sinais de resiliência.

A decisão não foi bem recebida por representantes do setor produtivo, que consideraram o aumento um entrave adicional ao investimento e à retomada do crescimento. Entidades empresariais apontaram que a alta dos juros encarece o crédito, amplia os custos de produção e reduz a competitividade da indústria nacional. Houve críticas também à contradição entre a elevação da Selic e o posicionamento do banco central contra o aumento de tributos, como o IOF.

Do lado do mercado financeiro, analistas entenderam a medida como coerente com a estratégia de trazer a inflação de volta ao centro da meta, mesmo em um ambiente de expansão fiscal por parte do governo. Avaliações técnicas indicam que o cenário atual exige firmeza na condução da política monetária, com atenção redobrada à sustentabilidade das contas públicas. A indicação de pausa no próximo encontro foi vista como uma sinalização de que o ciclo de aperto pode estar próximo do fim, desde que os dados de inflação e atividade corroborem esse diagnóstico.

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