Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro editou decreto que prorroga por mais três meses o auxílio emergencial destinado à população de baixa renda, informou nesta segunda-feira a assessoria de comunicação da Secretaria-Geral da Presidência da República.
O Executivo já vinha estudando a possibilidade de estender o auxílio --uma demanda insistente do Congresso Nacional--, mas o anúncio da prorrogação ocorre em um momento em que o governo de Jair Bolsonaro é alvo de denúncias de supostas irregularidades em compra de vacinas contra a Covid-19.
"Estamos prorrogando o auxílio emergencial por mais três meses, agosto, setembro e outubro, enquanto acertamos aí o novo valor do Bolsa Família para o ano que vem", disse Bolsonaro em vídeo publicado no Facebook.
Em novembro, segundo o ministro da Cidadania, João Roma, deve entrar em vigor o novo programa social do governo "fortalecido e ampliado" em substituição ao Bolsa Família.
Também presente no vídeo veiculado na rede social, o ministro da Economia, Paulo Guedes, lembrou que o compromisso firmado entre governo e aliados no Congresso envolve a prorrogação do auxílio e o avanço na imunização contra a Covid-19.
Guedes afirmou que a atividade econômica está "voltando" e argumentou que os três meses adicionais de auxílio irão proporcionar "proteção" enquanto não se atinge a vacinação em massa da população.
"O ministro (da Saúde, Marcelo) Queiroga prevê que em mais três meses tem o controle epidemiológico. O auxílio emergencial vai até lá, e aí aterrissamos no Bolsa Família, que o presidente também já determinou que tem que ter um valor substancial para proteger justamente a população mais frágil", disse o ministro da Economia.
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que também participou do vídeo, publicou em seu perfil no Twitter que a prorrogação é "anseio legítimo do Congresso, viabilizado pelo governo federal, em favor dos brasileiros".
O pagamento da prorrogação do auxílio será efetivado por meio de uma medida provisória, que abrirá crédito extraordinário em favor do Ministério da Cidadania.